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e a conceituada análise geopolítica

Para quem gosta de samba e não de pagode

por FLÁVIA G. BUENO*

Tudo bem que antes o pagode era uma roda de samba, uma reunião, festa ou coisa do tipo, sempre com samba. Enfim, hoje ele é um tipo de música bem diferente do samba, mas que derivou dele. Então, voltemos ao samba, que é o que interessa.
Difícil encontrar alguém que não goste de samba ou das suas baladas, espalhadas pela cidade, em diferentes bairros e estilos, para agradar a todas as tribos. A maioria delas são bem freqüentadas e com música de ótima qualidade. Achei que essa é uma boa hora para falar desse tipo de balada, já que daqui a pouco as escolas de samba vão começar a bombar. Eu sei, ainda estamos no fim de setembro e o carnaval é só em fevereiro, e no final ainda, mas elas precisam divulgar o samba enredo, e afinal, é bom curtir antes que seja tarde!
Agora, para quem só quer curtir o velho sambinha com animação e aqueles senhorzinhos (que são os mais fofos) tocando os instrumentos mais bacanas, cito aqui o violão de sete cordas que me apaixonei e a cuíca, que sempre amei, podem experimentar três baladinhas, que são bem parecidas, principalmente pela animação da banda e de quem está curtindo, e pela super lotação. O Pau Brasil, o Ó do Borogodó e o Bar do Cidão. Todos bem freqüentados.
O Bar do Cidão é o que tem mais estilo boteco e é o menor de todos, super concorrido, como todas as opções. Cada dia da semana é uma programação, samba ou choro. Ah, que atende a clientela é o próprio Cidão, não dá para se sentir mais em casa do que isso. Fica na rua Deputado Lacerda Franco, 293, quase na frente da DP, não tem erro.
O Pau Brasil é uma gracinha, apertadinho também, mas um pouco maior. Também tem banda e lota! Ainda bem que os garçons andam pelo lugar, porque para chegar no bar ou no banheiro demora! Aqui o público é mais jovem e vai lá para curtir mesmo o som. Lá pelas tantas não se vê mais mesa ou cadeira pelo ambiente, todo mundo fica em pé dançando. Fica na Inácio, depois da Fradique Coutinho, do lado do posto de gasolina.
O Ó, o famoso Ó, acho que é o mais conhecido, o mais antigo e dispensa apresentação. Um belo boteco que ninguém dá nada, um outro vizinho do cemitério da Cardeal Arcoverde. Aqui é lotação qualquer dia da semana, para entrar, tem que chegar muito cedo. Foi aqui que me apresentaram para o violão de sete cordas. E esse é o lugar que mais fico admirando a banda, é animação pura. O público, também é jovem, mas nada de criançada. Das três opções, é o que tem o ambiente maior, mas não deixa de ser pequeno.
Agora é só colocar o samba do pé!
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* jornalista

NUVENS

Olhamos as nuvens e tentamos imaginar esculturas de uma espécie de algodão ao vento. Quem já não olhou para elas e imaginou poder prever o futuro com figuras que se formariam quase que exclusivamente para o observador? São enigmas das nuvens que se locomovem entre a terra e o céu, como portas que nos permitiriam, ou não, alcançar o divino, transportando pelos ares toda a nossa imaginação e crença em um ser que nos é infinitamente superior. Se estamos nas nuvens ou na terra, não importa. O que nos parece imprescindível é saber que elas existem e transportam lentamente nossos sonhos, devaneios e pensamentos filosóficos quase autistas que insistimos em traçar.
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Cyro Saadeh é escritor

PÃO

Pão é aquele alimento que o cheiro nos enfeitiça e que o paladar nos domina. Podemos não parar de comê-lo ou de apreciar suas formas normalmente curvilíneas. Parecem pequenas mulheres que, caladas, nos seduzem e nos convencem a permanecer ao lado e degustar o que a natureza ousou permitir.
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Cyro Saadeh é escritor

ÁGUA

Sem água não vivemos. Ah, mas tem gente que só bebe cerveja, refrigerante e suco... Tudo bem, mas sem água não se faz nenhum desses três tipos de bebida. Sem água não se sobrevive ao calor do deserto. Sem água não se locomove entre os pontos. Sem água não se cria peixes e nem se extrai outros tipos de alimentos dos mares, rios e lagos. Sem água não há banho para os seres humanos. Sem água não há possibilidade de existirmos. O líquido da placenta também é composto de água. Sem água não há fruição da vida ou a expectativa de inteligência. Sem água só nos resta ter consciência da finitude. Com a água, porém, aproximamo-nos das possibilidades infinitas e do próprio universo ilimitado, que incentiva a vida, a evolução dos seres e o contato com a natureza visível.
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Cyro Saadeh é escritor

ESCREVER...

Escrever pode não ser um eterno prazer, mas um tormento quando falta a necessária criatividade.

EMISSORAS RECEBEM R$ 267 MILHÕES AO ANO POR PROPAGANDA PARTIDÁRIA


Por Cristina Charão (*) - Observatório do Direito à Comunicação

Para transmitir a propaganda partidária gratuita, as emissoras de rádio e TV recebem da União uma média de R$ 267 milhões por ano. O pagamento sobre o que a legislação do setor, o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), prevê como uma obrigação dos concessionários de radiodifusão é feito através de compensação fiscal no cálculo do Imposto de Renda. As emissoras descontam do lucro auferido – sobre o qual incide o IR – o valor que ganhariam com a comercialização publicitária regular dos minutos usados para a propaganda eleitoral.
Criada pelo CBT, em 1963, a propaganda eleitoral gratuita respondia basicamente a dois princípios. O primeiro deles é político: com a reserva de espaço para todos os partidos, evita-se que o poder econômico determine quais legendas aparecem ou deixam de aparecer na mídia. O segundo diz respeito ao conceito de concessão pública. A compreensão do legislador à época foi de que é permitido ao Estado, gerente do espaço público concedido, requisitar o uso do rádio e da TV para responder a interesses maiores da sociedade.
Os dois princípios passaram incólumes por três décadas de ditadura, mas o segundo não resistiu à abertura democrática. A primeira previsão legal de ressarcimento às emissoras aparece na Lei 7.508/86, que cria regras para a propaganda eleitoral. O artigo foi vetado, mas, nos anos seguintes, o pagamento às TVs e rádios foi garantido nos regulamentos de cada eleição. Até que a Lei Eleitoral de 1997 tornou a compensação fiscal uma regra perene.
Para Bruno Lupion, jornalista e advogado que estudou a questão do direito de antena no Brasil e em outros países, o conjunto CBT e Lei Eleitoral legaliza algo nada razoável. “Não há razoabilidade no ressarcimento pelo uso de um espaço público”, diz.
A comparação feita por Lupion é ilustrativa: em rodovias concedidas à iniciativa privada, ambulâncias e carros da polícia não pagam pedágio. “A lógica é a mesma. A rodovia segue sendo um espaço público e os veículos que prestam um serviço de interesse da sociedade não pagam para circular ali.”
Pagando por um direito
Lupion explica que o horário eleitoral, apesar de não constar com este nome específico na legislação brasileira, pode ser considerado exercício do direito de antena, que é definido como o direito da sociedade comunicar-se através do espectro eletromagnético. A propaganda gratuita, garantida inclusive pela Constituição como um direito dos partidos políticos, seria uma forma de uso público do espectro com a finalidade de promover a democracia.
Exatamente por responder aos interesses da sociedade e, principalmente, por usar um espaço público, o exercício do direito de antena não deveria gerar ressarcimentos às concessionárias. “O problema é que a sociedade brasileira parte do pressuposto de que o canal de rádio e TV não é nosso, do povo, mas da Globo, do SBT, da Record, da Bandeirantes...”, analisa Lupion.
Ano a ano
A legislação eleitoral não diferencia a propaganda partidária, o espaço que toda legenda tem o direito de solicitar anualmente, da propaganda eleitoral. Assim, mesmo em anos sem eleição, os cofres da União ressentem-se do benefício fiscal concedido às emissoras.
Os valores registrados pela Receita Federal, no entanto, mostram que períodos eleitorais valem muito à pena para as rádios e as TVs. Em 2007, quando as empresas pagaram o imposto devido sobre o lucro de 2006 – ano de eleições presidenciais e estaduais –, o valor dos gastos fiscais associados ao horário eleitoral chegou a quase R$ 471 milhões.
A Receita considera como gastos fiscais o que deixa de ser arrecadado com as políticas de benefício. Para 2008, a previsão é que o gasto com a propaganda eleitoral some cerca de R$ 242 milhões.
Cálculo
Como se pode imaginar pelos números da Receita Federal, a fórmula para calcular a compensação fiscal é generosa com as emissoras. Esta fórmula é regulamentada pelo Ministério da Fazenda através de decreto e, desde a promulgação da Lei Eleitoral, houve apenas pequenos ajustes em relação a procedimentos.
A fórmula prevê uma diferenciação entre o horário eleitoral e as inserções de até 1 minutos que são feitas ao longo das programações.
No caso dos blocos, até 25% do tempo usado pelos partidos pode ser contabilizado pelas emissoras como tempo efetivamente utilizado de publicidade, ou seja, como minutos que a emissora deixou de comercializar por conta da transmissão dos programas políticos. Em ano de eleições, o horário eleitoral é dividido em dois blocos de 30 minutos durante o primeiro turno, o que permite que os radiodifusores ponham na conta 15 minutos por dia.
Já as inserções pontuais podem ser contadas integralmente. Novamente, considerando um primeiro turno de eleições, são mais 30 minutos diários ao longo de 45 dias.
Para transformar estes minutos em reais e chegar ao valor que será subtraído do lucro auferido no ano, a base de cálculo é a tabela comercial da emissora no período em que é feita a veiculação da propaganda partidária. O total de minutos utilizados é multiplicado por 80% do valor de tabela, considerando, inclusive, a variação de preços dos horários de veiculação. As tabelas comerciais são fornecidas pelas emissoras.
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(*) Publicado no Observatório do Direito à Comunicação em 21/08/2008.

Extraído da página FAZENDO MEDIA (www.fazendomedia.com)

Só aqui no JP


Você sabia que a famosa Lei de Anistia só foi elaborada quando os maus militares perceberam que teriam que devolver os poderes aos civis, em 1979?

Você sabia que a famosa Lei de Anistia não perdoou qualquer crime? Ela previa que os crimes de sequestro e terrorismo não poderiam ser beneficiados, ainda que tivessem sido praticados por motivos políticos.

Você sabia que a famosa Lei de Anistia perdoou crimes que muitos militares e civis praticaram para a derrubada de um governo democraticamente eleito?

Você sabia que a ditadura que vigorou de 1964 a 1985 não pode ser considerada militar? Sim, muitos civis participaram do golpe, do governo e dos excessos e descalabros (na visão dos integrantes do governo era um contra-golpe revolucionário).

Em breve um artigo necessário sobre a Lei de Anistia e crimes políticos. São fatos que fizeram história. Só aqui no JP.

Na vida quase só há incertezas.

Não sabemos o que nos reserva o futuro.
Não temos certeza daquilo que analisamos no passado.
Não temos certeza se o caminho optado nos fará feliz.
Mas nos julgamos donos da verdade.
Donos de uma forma de raciocínio perfeita e assim desprezamos a intuição; desconsideramos os estudos adivinhatórios e menosprezamos a sensibilidade da alma.
Somos fruto da natureza, temos minerais que estão presentes nas pedras e uma proximidade enorme com os macacos. No entanto, nos julgamos superiores a tudo, superiores a tudo e a todos, inclusive a outros humanos. Depois não sabemos de onde vêm o ódio, o preconceito e a intolerância, os males que plantamos e semeamos. Com tudo isso, ainda nos julgamos racionais e acreditamos que somos capazes de desvendar o mundo com essa nossa forma arcaica de analisar e perceber o mundico que conseguimos enxergar.
Não acredite em tudo o que o homem diz que descobriu a respeito do imaterial.
Trasncenda, medite, sinta, sonhe, dance, relaxe, deite e dê vazão aos sentidos que você se tornará um ser humano melhor e poderá ser capaz de fazer descobertas incríveis.
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por CYRO SAADEH, jornalista

A IMPORTÂNCIA DE UMA VÁLVULA DE ESCAPE

por LELIANE MORAES*
Isenta da intenção de parecer repetitiva, meio que sem querer, acabo retornando ao assunto que envolve o estresse, e as preocupações do cotidiano.

Tenho observado com certa rigorosidade o quanto cada vez menos temos tempo para nós, para fazermos algo do que gostamos, e como com mais e mais freqüência preenchemos nossa agenda com obrigações e compromissos que já se tornaram cansativos, embora necessários.

Obviamente todos precisam trabalhar, se relacionar e isso é absolutamente normal, porém, chegará uma hora em que estaremos realmente estafados e precisaremos “desopilar”, cada qual encontra sua maneira de liberar a carga pesada acumulada, uns preferem atacar de dançarinos e se matriculam em academias de dança, outros vão lutar e dar uns bons socos em um saco de boxe, mas para os mais talentosos, eu tenho uma boa dica desta vez...

Alguma vez você já pensou em aprender a tocar um instrumento musical? Ou já teve a vaga idéia de se inscrever em um grupo de teatro? Embora pareça longe de sua realidade, as vezes, muitos talentos são descobertos dessa maneira.

Eu conheço uma academia musical, que também é uma oficina teatral maravilhosa bem pertinho aqui na rua Girassol, chamada Luau-wa. Oferecem cursos de percussão teórica, prática e conjuntos com os instrumentos: cordas, sopro, bateria, piano, gaita, viola caipira, voz e teclado. E as interpretações se especializam em: vivência teatral, técnicas de interpretação, improviso e maquiagem.

Solte o artista que mora em você e concilie essa arte com os imprevistos do dia a dia, assim terá mais respaldo nesse talento de lidar bem com qualquer situação.


Academia Musical Luau-wa e Oficina Teatral Rua Girassol, 231 Vila Madalena Tel: 37291061

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* jornalista

MÃOS

As mãos permitem-nos supor a vida. Foi por causa delas que emitimos nosso primeiro choro. Foram elas que nos acolheram no colo. São elas o material de trabalho de grande parte das profissões. São elas que nos permitem o toque, as fortes sensações e os mais inteligentes métodos de sedução. São as mãos que nos permitem aproximar dos outros seres humanos e cumprimentá-los. São elas os extremos de um abraço. São as mãos que nos levam de um lado a outro nas águas. São elas que apóiam nossas cabeças ao refletirmos sobre a vida. As mãos podem ser apoio ou não, essenciais ou não. De certo, não chegaríamos até aqui sem elas. Sem as mãos, o toque seria diferente, a compreensão das sensações também e até a reflexão sobre a vida talvez se tornasse um pouco menos acalentadora.
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Cyro Saadeh é escritor

Um amor maduro!

por LU MATOS*
Quando eu tinha 22 anos me apaixonei perdidamente por um cinqüentão!
Foi o maior escândalo, isso porque era década de 90, uma década considerada a mais moderna até ali!
Lidei com olhares desconfiados, enfrentei o preconceito dentro da minha própria casa!
Afinal como era possível uma menina apaixonar-se por um coroa?
Nem eu sabia explicar, naquela época eu não tinha resposta pronta, e a todo o momento me via obrigada a ter que provar que era amor!
Ai veio à terapia, porque minha família achava “anormal” e meu pai temia não ter sido um bom pai! (assim se explicaria na cabeça dele essa minha inclinação por homens mais velhos!)
Na verdade não era inclinação, tive relações com idades diversas: mais novos, ou mais velhos, ou muito mais velhos, o que tinha isso de diferente?
Fiz terapia e percebi que nunca tive traumas com relação ao meu pai, e muito menos gostava de homens mais velhos porque morei anos com meu avô.
Eu simplesmente me apaixonei, era isso! E vivo intensamente o que me faz bem!E enfrentei tudo em nome do meu amor.
Meu Deus as minhas melhores recordações vivi com ele... Aprendi muito sobre a vida e adquiri valores preciosos que me seguirão o resto de minha vida.
Aprendi a ser mais cautelosa e a dar valor ao que realmente tem importância. Aprendi a ser amada da maneira mais intensa.
E até hoje quando me perguntam se vivi um grande amor, esse é certamente minha referência!
Enfrentei tantos preconceitos, tantos comentários maldosos e nada foi capaz de destruir o que eu sentia.
Jamais me envergonhei, jamais o escondi, e até hoje falo de boca cheia que foi ele o grande amor da minha vida.
Minha alma gêmea!
Estou escrevendo sobre isso porque hoje é cada vez mais comum se vê por ai casais com essa diferença gritante de idade.
Eu conheço meninas que diminuem a idade dos seus coroas por vergonha do que vão pensar as pessoas! E isso me deixa triste!
Se houver qualquer constrangimento não se relacione!
O amor não tem idade, o amor não se envergonha! O amor está acima de tudo isso!
E quando existe amor, não importa se ele tem cabelos brancos e você é uma menina ainda, o que importa mesmo é o que você sente quando está com ele, e o tanto que ele te faz feliz.
Assumam o amor, seja ele velho, novo, pobre ou rico, e nunca tenha vergonha disso.
Não cabe esconder o amor! Mostre, grite ao mundo que você ama...
E não se importe com olhares ou comentários...
Afinal a vida é sua, o problema é seu, e quem olha torto é porque não consegue um amor como o seu! Ou não conhece nada de sentimentos.
Apenas ame!
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* jornalista







AR

O ar realmente é algo que nos intriga. Não o vemos, mas o sentimos. Não o tocamos, mas o respiramos. Não nos preocupamos muito com ele, pensando erroneamente que ele não se modifica. Pensamos vagamente nele, mas temos consciência de que é essencial em nossas vidas. É uma das bases de nossas vidas, mas não é sólido. Não conseguimos agredi-lo fisicamente, mas com atitudes indignas o alteramos. É um dos elementos mais importantes do universo, que carrega consigo nuvens e tudo mais.
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Cyro Saadeh é escritor

Relembrando os velhos e bons tempos

por FLÁVIA G. BUENO*
Nada como a época da faculdade. Ver os amigos todo santo dia, sair todos os dias, ou quase todos, nem que seja por meia hora, e se a saída não acontecesse, não tinha problema, o intervalo entre as aulas já rendia bons papos e muita risada, e algumas outras coisas, mas é melhor deixar para lá. E o melhor de tudo era não enjoar de nada disso.
Para quem está na faculdade, não deixe de viver algumas coisas básicas que só ela oferece. Reuniões num bar tosco e barato, noites inteiras em torneios de sinuca (não se preocupe, saber jogar é um mero detalhe), uma mega balada, daquelas de virar a noite e emendar no trabalho, os churrascos, as viagens para a praia, campo e afins.
A idéia desse texto veio com um encontro, ensaiado de mais por sinal, como todos, mas que aconteceu! Outro dia, uma das turmas (das duas ou três) que mantive contato da faculdade conseguiu se reunir. Coisa que depois do fim dos quatro anos e pouco passa a ser difícil e cada vez mais esporádico. Não, não é porque não temos mais tantas coisas em comum, mas pela famosa correria e muito trabalho de todos, e sem contar com os diferentes horários livres de cada um.
Então a dica da semana não é de nenhuma balada e sim um empurrão para uma sessão nostalgia. Seja com o povo da faculdade, do colégio ou sei lá de onde. É só marcar na casa de alguém ou num bar, que os velhos e bons tempos aparecem como se nada tivesse mudado, salve alguns pequenos detalhes, que podem ser a fisionomia do tempo que passou, a maturidade que tínhamos um pouco menos e por ai vai.
Bom, só para falar que não dei dicas físicas, para quem não sabe onde marcar, o Pirajá (peça o caldinho de feijão, quem vai, tem que experimentar!!) ou o conhecido quadrilátero (esquina da Morato Coelho com a Aspiculte, com um bar em casa esquina), tudo na Vila Madalena, são ótimas opções. Para quem não gosta tanto de lugares “bonitinhos” o Mercearia São Pedro é uma bela opção, assim como o famoso Empanadas, que é um ótimo lugar para ver jogos de futebol, principalmente as finais. Já que estamos nos arredores da Vila Mada, para quem se animar, tem um monte de sinucas e ótimas baladas para virar a noite, basta estacionar o carro em algum canto e caminhar pelas ruas para escolher a melhor opção.
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* jornalista

VOLTAR A SER POETA E, DAÍ, FILOSOFAR OU SER FILÓSOFO E, DAÍ, POETIZAR

por Cyro Saadeh*

Infelizmente, não tenho tido tempo para a reflexão, tão necessária para que se possa poetizar. Para isso, creio que a reflexão seja imprescindível, pois não vislumbro muita diferença entre a ciência filosófica e a arte da poesia. Penso que não podemos analisar o mundo sem enxergarmo-lo como conhecido, de forma querida, e tentar decifrar sutilezas. Temos que ter abraçado o mundo, ainda que em pensamento. E se o olharmos como um absoluto estranho, nada saberemos e as nossas conclusões serão certamente falsas, pois não terão a necessária base de conhecimento.

Por isso, creio que os sufis foram os filósofos mais extraordinários, pois aliaram, sempre, poesia e filosofia, crendo que o amor e a felicidade são os pontos culminantes do encontro com o Divino.

Não podemos ser meramente matemáticos em nossos raciocínios, abstraindo emoções que nos fazem pensar de determinada forma, inclusive. Seria falso supor que podemos ser totalmente racionais. Se quisermos agir assim, truncaremos uma premissa básica, que é o raciocínio que formulamos de acordo com os sentidos que apreendemos no decorrer de nossas vidas.

Razão e poesia têm, sim, que caminhar, não em paralelo, mas conjuntamente.
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* escritor

SEDUÇÃO

por Cyro Saadeh*

É a capacidade de desvendar pequenas fragilidades da alma e os desejos secretos do inconsciente. É saber tocar no físico que se permite erotizar ou na mente com poderes erotizantes.
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* escritor

O NORDESTE E O CINEMA

por AURIANE BRITO*

Estava navegando pela internet e encontrei uma pergunta no fórum do Yahoo sobre a relação do Nordeste com o cinema nacional. Qual o seu papel?
Eu, como adepta as telonas, fico impressionada quando lembro da “evolução” do cinema nacional nos últimos anos. Muita coisa mudou e hoje, embora aos poucos, percebo que as pessoas sentem vontade de ver um filme nacional ganhar o Oscar (sonho que acredito não está tão longe de acontecer).
Apesar de gostar tanto de filme não me considero uma crítica de cinema, mas resolvi responder a pergunta realizada pela internauta.
Os inúmeros escritores (Ariano Suassuna, Rachel de Queiroz, etc.) e fatos históricos surpreendentes (a guerra de canudos e o cangaço, por exemplo) que acontece ou aconteceram no Nordeste são pompas para as indústrias dos filmes brasileiros. Apesar dos atores dos filmes que retratam a região não serem daqui e não mostrarem com veracidade os dialetos dos diferentes lugares do Nordeste, os filmes retratam, em suas maiorias, o lado cultural da região.
Os curtas também estão freqüentes por aqui. Festivais impulsionam as pessoas a produzirem seu próprio filme de forma quase profissional. A riqueza da região e todos os seus problemas sociais são mostrados nesses curtas. Embora o incentivo financeiro seja precário, as faculdades nordestinas são pioneiras em curtas e promovem concursos entre os iniciantes da sétima arte.
Falando em cinema, não posso deixar de citar o teatro. Lindas, divertidas e bem elaboradas peças teatrais fazem turnês pelo Nordeste e encantam o público que vai desde adultos até crianças, porém o teatro ainda não é o programa favorito da população.
Em algumas cidades, os filmes e teatros são apresentados gratuitamente através do patrocínio da prefeitura com finalidade de atingir a população de baixa renda e divulgar a arte.
Creio que o verdadeiro Nordeste mostrará mais a cara nas telonas do cinema e o telespectador que ainda não teve o prazer de conhecer essa região, ficará encantado!

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* professora de Geografia

UM POUCO SOBRE SAUDADE

Saudade, mesmo, não se diz e não se escreve. Saudade é um sentimento que nos deixa solitários e que é impossível dividir com alguém. Saudade é algo que não tem razão aparente, mas que é sinal de que alguém ou algo é ou se tornou especial.
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Cyro Saadeh é escritor

OS CRIMES DA DITADURA PODEM SER OBJETOS DE PROCESSOS

por CYRO SAADEH*

INTRÓITO

Muito se tem discutido a respeito dos crimes violentos praticados pelos serviçais da ditadura que governou este país de 1964 a 1985.
A ditadura golpeou um governo democrático, calou a população, torturou desafetos, assassinou muitos e, através de uma invenção legal muito mal feita, pretendeu proteger os serviçais que praticaram as mais diversas modalidades de violência.
Diversas autoridades e organizações já se manifestaram a favor da responsabilização em casos de tortura e homicídio, como a Ordem dos Advogados do Brasil, o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi. Outras autoridades preferem o silêncio, como se fosse medida apaziguadora, como o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes.
Alguns dizem que a Lei de Anistia de 1979, Lei nº 6.683/1979, perdoou explicitamente as práticas criminosas e que nenhum delito, por mais bárbaro que seja, poderia ser apurado. Mais à frente veremos que isso não é verdade. A Lei de Anistia fez ressalvas a algumas práticas criminosas, não sendo ampla geral e irrestrita como se pensa.
Ontem, por sinal, foi publicado um interessante artigo do jurista Fábio Konder Comparato na Folha de São Paulo, onde são tecidas sérias críticas à falta de memória do povo, ao desprezo pelo genocídio praticado contra etnias indígenas, ao descaso com a escravatura de africanos e afrodescendentes e aos horrores praticados pelos golpistas da ditadura de 1964. O autor argumenta que a interpretação de que a Lei de Anistia absolveu todas as práticas criminosas é “juridicamente inepta, moralmente escandalosa e politicamente subversiva”. O professor de direito assevera que tratados internacionais vedam a anistia nestes casos e que os crimes comuns não foram atingidos pela Lei. Exclama que nenhum agente do Estado, remunerado com o dinheiro do povo, pode gozar de imunidade penal contra a soberania popular. Por fim, lembra que o Supremo Tribunal Federal deve manifestar-se na ação proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil sobre a interpretação que deve ser dada à Lei de Anistia.
Antes de qualquer afirmação por parte deste colunista, há que se observar que há uma legislação interna e outra internacional que regem a questão. Então, vamos dividir o tema em tópicos.

DOS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

Cabe observar que há vários tratados que definem o que pode ser entendido como crime contra a humanidade, como o Estatuto do Tribunal da ONU de Nuremberg, o Estatuto do Tribunal Penal Internacional e outros.
É evidente que o aspecto temporal é importante para se caracterizar determinado ato como crime contra a humanidade ou não.
Alguns dos atos praticados entre 1964 e 1979 poderiam ser considerados crimes contra a humanidade se houvesse previsão legal (interna ou externa) já naquele período. E havia disposição expressa. Vigia naquele momento o Estatuto de Nuremberg que previa que crimes contra a humanidade eram “atos desumanos cometidos contra qualquer população civil, antes ou durante a guerra; ou perseguições por motivos políticos”.
Hoje, com o advento do Estatuto do Tribunal Penal Internacional, alargou-se a compreensão do que pode ser considerado crime contra a humanidade.

DA IMPRESCRITIBILIDADE DOS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE
A Convenção sobre a Imprescritibilidade dos crimes de Guerra e dos Crimes contra a Humanidade dispõe sobre a imprescritibilidade do que denomina de crimes de guerra, dispostos no item 1 do artigo 1º, e também do que chama de crimes contra a humanidade, elencados no art. 1º, item 2.
Além de outros, são considerados crimes contra a humanidade os crimes cometidos em tempo de guerra ou em tempo de paz e definidos no Estatuto do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, de 8 de agosto de 1945, e confirmados pelas resoluções nº 3 (1) e 95 (1) da Assembléia Geral das Nações Unidas.
Assim, são considerados crimes imprescritíveis, por estarem previstos no Estatuto do Tribunal de Nuremberg, os atos desumanos cometidos contra qualquer população civil, antes ou durante a guerra, e as perseguições por motivos políticos”.
A perseguição por motivo político é um crime contra a humanidade, assim como qualquer ato desumano, como tortura ou assassinato, praticado contra parte da população civil. É o texto expresso do ato normativo.
Portanto, foram diversos os atos praticados por membros da Ditadura brasileira que podem ser caracterizados como crimes contra a humanidade: as meras perseguições políticas e as perseguições políticas que redundaram em torturas ou em homicídios, tentados ou consumados, exemplificativamente.
As perseguições políticas, como cassações, podem, em tese, ser enquadradas como crimes de abuso de autoridade (Lei 4.898/1965) e de constrangimento ilegal (art. 146 do Cód. Penal). São imprescritíveis, portanto.
Ainda quanto às perseguições políticas, a reunião de agentes, públicos ou não, para a prática de tortura pode tipificar a formação de quadrilha ou bando (art. 288 do CP). E, se além da reunião para a prática de tortura houver violência sexual, poderá ainda implicar na responsabilização por estupro (art. 213) e atentado violento ao pudor (art. 214). Todos estes atos são considerados imprescritíveis, pois têm como fundamento a perseguição por motivos políticos.
A destruição, subtração e ocultação de cadáveres, decorrentes das perseguições políticas, também são previstas como crime no art. 211 do Código Penal e são imprescritíveis, portanto.
O ingresso na residência sem autorização legal, em razão de perseguição política, também é enquadrado na lei penal, mais especificamente no art. 150 do Cód. Penal, e é imprescritível, desde que haja o motivador de perseguição política, ressalte-se.
Porém, há que se observar o princípio da irretroatividade da lei penal (art. 1º do Código Penal e art. 5º, XL, da Constituição Federal). Assim, não há como punir o ato de tortura antes de 1997, quando entrou em vigor a Lei 9.455/1997, mas é possível responsabilizar os agentes por crimes menos graves em que a conduta é prevista pela norma penal (tipo penal), como maus tratos (art. 136 do CP), omissão de socorro (art. 135 do CP) e lesão corporal (art. 129 do CP). Se o ato de tortura resultar em aborto, o responsável pelo ato praticado na ditadura responderá por aborto provocado (art. 125). Todos esses crimes se tornam imprescritíveis, desde que a prática se dê por perseguição política, evidentemente.
A morte dolosa ou culposa de um perseguido político também é imprescritível, por força do mesmo tratado internacional, devendo o agente responder por homicídio (art. 121).
Esses são meros exemplos dos inúmeros crimes praticados pela ditadura contra os perseguidos políticos. Todos os crimes previstos em lei e praticados à época dos atos de perseguição tornaram-se imprescritíveis.
E perseguição política vai muito além de crime político, apresentando-se das mais diversas formas, todas consideradas imprescritíveis. A humanidade, representada pelo conjunto de nações, repudia qualquer ato de intolerância política, dentre outras, prevendo a imprescritibilidade para qualquer conduta deste tipo.
DA ANISTIA
Questão premente que surge é a abrangência da Lei nº 6.683/1979, norma interna, conhecida como a Lei da Anistia.
A referida lei concedeu anistia aos que cometeram crimes políticos e conexos no período de 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, excluindo expressamente as condenações por crimes de terrorismo, assalto, seqüestro e atentado pessoal.
Verifica-se, portanto, que a abrangência da Lei de Anistia não é ampla, alcançando apenas aquilo que denomina de crimes políticos e conexos.
Mas alcançaria ela os homicídios e as torturas praticados por agentes públicos? E, mais, seria ela compatível com o ordenamento jurídico interno e externo?
Há que se observar que a Lei de Anistia data de 1979 e é posterior à Convenção da imprescritibilidade dos crimes contra a humanidade, de 1968, e à Declaração sobre a proteção de todas as pessoas contra tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, de 1975. Esta última prevê expressamente em seu artigo 3º que nenhum Estado poderá tolerar a tortura ou tratos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes” e que “não poderão ser invocadas circunstâncias excepcionais tais como estado de guerra ou ameaça de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública como justificativa da tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”.
Pela citada Declaração, nenhuma lei poderia proibir a punição de crimes como a tortura e assassinatos praticados durante o estado de exceção. Lei alguma poderia justificar tais atos e anistiá-los, como dispõe de forma cabal o art. 3º da Declaração sobre a proteção de todas as pessoas contra tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Numa integração legislativa, há que se entender que, ao menos para as práticas de tortura, com ou sem morte, e de assassinatos, não pode prevalecer a Lei de Anistia. Esse ponto parece ser de fácil interpretação.
A questão surge se a lei de anistia é válida para os outros crimes, como de abuso de autoridade, violação de residência e outros.
A legislação internacional dispõe que qualquer crime praticado em razão de perseguição política é considerado crime contra a humanidade e imprescritível (Convenção sobre a Imprescritibilidade, de 1968, e Estatuto de Nuremberg, que define o que pode ser considerado como crime contra a humanidade) e é anterior à entrada em vigor da Lei de Anistia, de 1979.
Seguindo a mesma forma de integração legislativa, há que se compreender que a Lei de Anistia não tem qualquer validade, já que os crimes que alcança são todos relativos a crimes políticos, englobados naquilo que se considera perseguição política. E perseguição política é crime contra a humanidade, note-se bem.
Desta forma, todos os crimes praticados em razão de perseguição política (conexos ou não aos ditos crimes políticos), não sofrem os efeitos de prescrição e nem podem ser alcançados por lei que preveja a impunidade.
Tratando-se de prática de crime contra a humanidade, não há que se questionar o nível da gravidade psíquica ou física. É um crime que a comunidade internacional entende ser extremamente grave, a ponto de prever a sua imprescritibilidade, ou seja, a permissão de punição a qualquer tempo, sem qualquer restrição ou delimitação temporal.
Assim, a Lei nº 6.683/1979 não pode produzir qualquer efeito no tocante à anistia dos crimes que menciona, já que não se adéqua às disposições gerais e internacionais a respeito dos crimes contra a humanidade. É uma lei que afronta os valores e os preceitos que o Brasil se comprometeu a respeitar.
No país de faz-de-conta tudo é possível, até esquecer as barbaridades praticadas décadas ou séculos atrás, como bem anota Fábio Konder Comparato em seu texto “Crimes sem Castigo” (FSP – 19/09/08). No entanto, no país que sonhamos e desejamos aos nossos filhos e netos, o respeito ao ser humano, à democracia e ao conjunto de leis vigentes deve ser exemplo permanente e incessante tanto na teoria como na prática de todos os poderes constituídos e de seus agentes públicos.
Barbáries nunca mais. Sim aos processos e punições previstos em lei.
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* jornalista e Procurador do Estado de São Paulo

Viajar trabalhando ou trabalhar viajando?


por TÁSSIA MIRANDA DORES*

Hoje a coluna vai ser mais como uma dica diferente de fazer turismo. Eu recebo semanalmente pelo e-mail algumas notícias sobre feiras de trabalho no exterior, o que eu acho muito bacana. Eu ainda não tive a oportunidade de fazer esse tipo de turismo, como eu sempre tive trabalho fixo, nunca pude largar tudo para me arriscar fora do país, embora a vontade seja grande. Quem sabe um dia, não é mesmo?
A dica é aproveitar esse tipo de oportunidade para conhecer diversos lugares. O mais famoso é o programa Au Pair, em que jovens brasileiros se mudam para a casa de famílias dos EUA, Europa, entre outros, para atuar como baby sitter, ou seja, a babá que cuida das crianças. Em troca, você tem casa, comida e roupa lavada – por você, é claro! – e um salário que não é lá aquelas coisas, mas com certeza é suficiente para que você possa curtir os passeios nas suas folgas.
Além do Au Pair, que é o mais conhecido, existem outros programas de trabalho em parques, hotéis, resorts, estações de esqui, etc. O dia-a-dia é cansativo e muitas vezes pessoas super especializadas se prestam a trabalhos inferiores às suas qualificações. Há quem critique essa atividade, mas cabe a cada um escolher e decidir até que ponto vale a pena participar desse tipo de programa. Eu, particularmente, acredito que é uma ótima maneira de vivenciar a realidade de outros países e inclusive crescer profissionalmente e evoluir como pessoa. Só pelo fato de viajar a um custo bem barato e ainda de quebra passar por diversas experiências em outros países já me parece satisfatório.
Tenho muitas amigas que já participaram desse tipo de programa e outras que ainda estão por lá. A grande maioria recomenda. É uma ótima oportunidade de conhecer diversos lugares da região escolhida, afinal, geralmente o programa é de 12 meses, tempo suficiente para fazer amizades, viajar e curtir muito.
Para você que gostou da idéia, existem diversas feiras e operadoras que oferecem uma gama de opções para esses programas, para que vocês escolha aquela que mais atende às suas expectativas. Vale a pena entrar no site da Central de Intercâmbio, Student Travel Bureau, Intercultural, entre outros. Lá você pode ler mais a respeito e ainda chegar datas de palestras e feiras desse segmento, que ajudam muito na hora de fechar o negócio. Fique ligado, pois as agências também disponibilizam suas agendas de palestras e apresentações gratuitas sobre esses programas em seus sites. Confira: http://www.ci.com.br/; http://www.stb.com.br/; http://www.intercultural.com.br/; http://www.educationusa.org.br/ .

Espero que tenham gostado das dicas...Qualquer dúvida, por favor, escrevam no meu e-mail, ok?

Beijos e até a semana que vem!
Tássia Miranda Dores
tassiamiranda@uol.com.br

FOME E SEDE DE VIDA

Procuro inspirar todo o ar possível do universo. Tenho fome e sede de vida. O que me sacia não é o simples respirar, mas o saber que faço parte do todo, de tudo o que une, de tudo o que nos junta, da magia da montagem perfeita do universo. Isso já é motivo para sorrir, de levantar o astral, e de nos dar coragem de caminhar e enxergar muito mais do que a sociedade do consumo nos ensina. Se a religião é o ópio do povo, o sistema é o próprio efeito maléfico da droga - é a compulsão pelo comprar, mostrar e jogar fora incessantemente, sem razão e sem emoção. Na verdade, não precisamos de religiões ou de sistemas sociais, mas de uma certa dose de humanidade e de religiosidade, que divergem, e muito, do que vemos, assistimos e aprendemos nesse mundico reservado a etiquetas e aparências e a religiões que ostentam grandes obras arquitetônicas e imagens que não esclarecem, mas que nos vencem pelo poder que lutam para ter.
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por Cyro Saadeh, escritor

Momentos de felicidade x Diversão

por LELIANE MORAES*

Tenho andado por São Paulo e visto que as opções de divertimento a cada dia estão mais caras e de difícil acesso, penso que um cidadão normal gasta um percentual enorme de seu salário para se divertir, e os que estão mais enforcados, economizam nessa área, pois é a mais supérflua, porém ficam mais estressados e infelizes.Por isso esse meu comparativo entre diversão e felicidade.
O que é se divertir?
O que é ser feliz?
Alguém já se fez realmente essa pergunta e olhou para dentro de si para encontrar a resposta?
A verdade é que se não estivermos bem, nenhuma noitada na balada regada a drinks nos tornará melhores. Isso é ilusão e não felicidade.
Mas se estivermos felizes realmente, assistir um pôr do sol ao lado de alguém querido, levar uma criança ao parquinho, caminhar entre as árvores em uma manhã ensolarada, tudo isso se tornará imensamente divertido.
A realidade é que só o fato de parar de reclamar e valorizar mais tudo que há de bom ao nosso alcance e de graça, já nos torna pessoas mais felizes.
Um abraço sincero, um almoço com a família, molhar os pés na água do mar...apreciar o céu azul.
Ainda existem muitas coisas maravilhosas disponíveis, que ninguém empacotou e pôs a venda, ainda existem muitas coisas que não podemos comprar e sim conquistar...
...conquiste-se a cada dia, faça pelo menos uma vez ao dia algo por você, mas não precisa ir as compras para isso, o que nos agrada mais não custa nada.
Pensem nisso e sejam felizes.
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* jornalista

CAMINHOS DA VIDA

Nos caminhos da vida podemos encontrar pedras ou pontes. Podemos ter acesso irrestrito ou obstáculos logo à frente. Podemos ter vontade de parar e chorar ou de continuar e desfrutar os momentos. Nos caminhos da vida o importante é enxergar o caminho. As dificuldades ou facilidades são meras circunstâncias que não podem nos impedir de visualizar o caminho e de querer conhecê-lo melhor. Isso é o caminho, é a própria vida.

Ser mulherzinha!

por LÚ MATOS*

Esse termo mulherzinha tem muitos significados:
*Mulherzinha pode ser aquela burrinha fútil.
*Pode ser aquela adolescente que tá florescendo e virando mulher
*E também aquela que é baixinha.
*Minha preferida é a mulherzinha do amado!
Todo homem adora ter como amante, namorada ou esposa uma mulherzinha!
E o que seria essa mulherzinha?
Tenho algumas características e vou expor aqui para vocês!
*A mulherzinha de vez em quando leva café na cama para o amado.
*A mulherzinha escolhe a roupa do amado.
*A mulherzinha acompanha o amado nos eventos mais chatos dele, e sempre com um sorriso estampado no rosto, além de vestir-se e sair bela para que ele possa exibi-la com orgulho.
*A mulherzinha faz comidinha especial pro amado, coloca velas na mesa e de sobremesa apresenta uma lingerie provocante!
*A mulherzinha preocupa-se com os problemas dele e vibra junto quando ele fecha um grande negócio!
*Dá comidinha na boca quando ele fica doentinho!
*Acompanha ele nas visitas ao médico, apóia se ele for vaidoso e quiser fazer botox ou usar creminhos pra rugas...
Basicamente pra ser mulherzinha você precisa preencher pelo menos três pré-requisitos acima para se incluir nesse rol.
Agora vamos ao mais interessante!
*O homem para merecer a mulherzinha deve ser um ser sensível, preocupado com ela... Deve ser aquele que ao receber qualquer um daqueles carinhos se declare perdidamente apaixonado!
*O homem pra merecer a mulherzinha tem que demonstrar esse amor e como forma de agradecimento fazer algo especial por ela.
*Levar ela num jantar romântico, ou preparar com as próprias mãos esse jantar.
*Ser generoso e valorizar cada movimento que ela fizer em prol dos dois!
*Ser companheiro e entender quando ela estiver de mau humor devido a TPM!
Pouquíssimos homens entendem que por trás de mulheres independentes ou aparentemente fortes existe a mulherzinha que eles tanto adoram!
Eu sempre fui mulherzinha, sempre agradei os meus amores, independente de pensar em futuros ou não com ele eu faço parte desse time!
Sou sempre a companheira para qualquer evento, mesmo os chatos, lá estou arrumada e devidamente maquiada para que ele possa me exibir como troféu.
Adoro escolher as roupas dele, assim me sinto segura porque nem todos os homens entendem de elegância... E eu tenho talento nato para vestir o sexo masculino.
Sem quere parecer convencida, acho que meus amores de cara percebem isso e usam e abusam do meu bom gosto. E eu prontamente me ponho à disposição.
Sempre que posso providencio jantares românticos, e sou especialista nos detalhes. Mas quero deixar bem claro aqui que poucos homens mereceram essa minha atenção especial.
Muitos porque não eram sensíveis ou tão românticos, outros, porque não tivemos tempo... E ai o azar foi dele não é mesmo?
O que falta na verdade é o tato e a sensibilidade por parte de alguns homens pra fazer aflorar isso em nós!
Vivemos com tanto medo de demonstrar amor, por conta daquele “descompromisso” que os homens passam, que às vezes se desperdiçam histórias que poderiam ser grandes momentos de amor.
Eu continuo mulherzinha, e a pena é que faz um tempão que não me permito ser, ou melhor, que não me permitem ser.
Os relacionamentos andam complicados e ninguém aqui é tonta pra pagar de mulherzinha ao primeiro ser que aparece.
A gente só é mulherzinha de quem verdadeiramente amamos!E o amado tem que fazer por merecer!
Eu estou esperando, sem ansiedade...
E às vezes me pego com saudade de ser a mulherzinha de alguém!_____________________________________
* jornalista

Entrando na dança dos anos 50

por FLÁVIA GOIRIZ BUENO*


Quem nunca quis dar uma passada na década de 50? Ou até mesmo viver naqueles tempos? O rock chegando e fazendo a cabeça dos jovens e lançando ícones do ritmo que são sensação até hoje, a TV branca e preta, e olha que naquela época nem controle remoto existia, e rebeldia ingênua, e a moda!?! As saias rodadas, sapatilhas, calças cigarretes, jaquetas de couro...

Como nascemos bem depois desses anos e perdemos essa época, temos que nos contentar com os lugares que nos levam aos embalos dessa cultura. A dica vai para uma overdose de 50, um lugar para comer e outro para dançar. Todos com decoração típica, com tudo o que se pode imaginar.

Como antes de uma balada é bom estar com o estômago forrado, vamos dar uma passada no Rockets. Para quem não conhece é uma lanchonete, deliciosa, totalmente decorada como nos anos 50. As poltronas são vermelhas de vinil, e tem minijukeboxes nas mesas, que funcionam sim!, e pôsteres de Elvis Presley e Marilyn Monroe espalhados pelo ambiente. Recomendo pedir a mostarda de ervas e a coca-cola com baunilha. O site deles também é demais, interativo e divertido: http://www.rockets.com.br/. Ah, o Rockets fica no Jardins, Alameda Lorena, 2090.

Continuando o embalo, é hora de balançar o quadril no The Clock Rock Bar. Além dos anos 50, aqui também temos a década de 60, principalmente nos ritmos musicais. O que mais encanta na balada estilizada é o chão quadriculado em preto e branco, e as mesas imitando as lanchonetes com bancos em vermelho vinil. Para quem quiser entrar na dança, o The Clock tem uma lojinha com roupas e acessórios da época, é só comprar e se deliciar.

Os que não sabem dançar não precisam se preocupar. Antes dos shows de rock´n´roll e rockabilly tem aulas de dança, com instrutores vestidos a caráter, assim como todos da equipe da casa. Aproveite e experimente os milk-shakes e drinks da época. O The Clock Rock Bar fica em Perdizes, na rua Turiassu, 806. O site: http://www.theclock.com.br/.

Enquanto isso... torcemos para que apareça uma máquina do tempo, como aquela do filme, para nos levar às festas de rock dançante dos anos 50.
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* jornalista

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

foto: www.cinemaemcena.com.br
Estreou no último dia 12 o filme "Ensaio sobre a Cegueira", dirigido pelo excelente e detalhista Fernando Meirelles, e baseado na obra homônima e premiadíssima do escritor português José Saramago.


Saiba mais sobre o filme clicando em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_sobre_a_Cegueira.
E se quiser ver o trailler do filme vá a http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/main.php.




Parábolas? Metáforas? Caminho da humanidade? Não importa. É 'necessariamente' imperdível.




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SINOPSE DO FILME EXTRAÍDA DA PÁGINA www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br




O vencedor do Prêmio Nobel de literatura, José Saramago, e o aclamado diretor Fernando Meirelles (O Jardineiro Fiel, Cidade de Deus) nos trazem a comovente história sobre a humanidade em meio à epidemia de uma misteriosa cegueira. É uma investigação corajosa da natureza, tanto a boa como a má - sentimentos humanos como egoísmo, oportunismo e indiferença, mas também a capacidade de nos compadecermos, de amarmos e de perseverarmos. O filme começa num ritmo acelerado, com um homem que perde a visão de um instante para o outro enquanto dirige de casa para o trabalho e que mergulha em uma espécie de névoa leitosa assustadora. Uma a uma, cada pessoa com quem ele encontra - sua esposa, seu médico, até mesmo o aparentemente bom samaritano que lhe oferece carona para casa terá o mesmo destino. À medida que a doença se espalha, o pânico e a paranóia contagiam a cidade. As novas vítimas da "cegueira branca" são cercadas e colocadas em quarentena num hospício caindo aos pedaços, onde qualquer semelhança com a vida cotidiana começa a desaparecer.Dentro do hospital isolado, no entanto, há uma testemunha ocular secreta: uma mulher (JULIANNE MOORE, quatro vezes indicada ao Oscar) que não foi contagiada, mas finge estar cega para ficar ao lado de seu amado marido (MARK RUFFALO). Armada com uma coragem cada vez maior, ela será a líder de uma improvisada família de sete pessoas que sai em uma jornada, atravessando o horror e o amor, a depravação e a incerteza, com o objetivo de fugir do hospital e seguir pela cidade devastada, onde eles buscam uma esperança.
A jornada da família lança luz tanto sobre a perigosa fragilidade da sociedade como também no exasperador espírito de humanidade. O elenco conta com: Julianne Moore (Longe do Paraíso, As Horas), Mark Ruffalo (Zodíaco, Traídos Pelo Destino), Alice Braga (Eu Sou a Lenda, Cidade de Deus), Yusuke Iseya (Sukiyaki Western Django, Kakuto) Yoshino Kimura (Sukiyaki Western Django, Semishigure), Don McKellar (Monkey Warfare, Childstar), Maury Chaykin (Verdade Nua, Adorável Julia), Danny Glover (Dreamgirls - Em Busca de Um Sonho, A Cor Púrpura) e Gael García Bernal (Babel, Diários de Motocicleta, E Sua Mãe Também).

QUANDO SE ULTRAPASSA O PRAZO DE VALIDADE:

As costas passam a doer.
A saúde debilita-se.
Já não se aguenta praticar as atividades físicas de outrora.
E o prazer, aos poucos, se modifica.
Quando se ultrapassa o prazo de validade, tudo é lucro e aprendizado. E o que seria ruim para alguns,torna-se objeto do bom humor que se adquire na marra.
por Cyro Saadeh

O Sistema Único de Saúde e o Programa de Saúde da Família

por RACHEL DE MIRANDA TAVEIRA*

Conforme as nossas Leis e a Constituição Federal de 1988, verifica-se que temos um Sistema Único de Saúde (SUS) ao qual todos têm acesso (universalidade), independente de qualquer diferença (sexo, cor da pele, condição social, opção sexual, religião etc) e onde a rede particular apenas complementa o serviço público e não o substitui. Além disso, as pessoas são tratadas por esse Sistema de forma equânime (equidade), conforme as suas necessidades e com uma assistência integral (integralidade).

Mas... como nem tudo que reluz é ouro... entre a Lei e realidade, há uma diferença muito grande.

O modelo que aí está mostra algumas disparidades, como a existência de, pelo menos, três sistemas: público, particular e convênios; os quais não se comunicam. Além disso, dentro de cada um deles, há diferenças nas formas de atuação profissional. Há médicos que atuam mais na prevenção às doenças e na promoção à saúde e outros que operam mais na lógica da intervenção médica de urgência, dos remédios. No mais, existem a atuação individual e a atuação em equipe e, ainda, a atuação meramente técnica e atuação intersetorial e multidisciplinar.

O Programa de Saúde da Família (PSF) surge dentro do SUS com o objetivo de resgatar aquela idéia de médico, em que o profissional atendia todos os membros da família, era um Clinico Geral – enxergando o paciente como um indivíduo - e conhecia o histórico de vida do paciente e de seus parentes. Dessa forma, tratava-se o doente e não só a doença; e mais, atuava-se muito na prevenção e na promoção à saúde.

Dentro dessa lógica, o PSF visa a melhoria da saúde da população e desenvolve um trabalho em equipe composta por Médico, Enfermeira, Auxiliares de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde. Tais profissionais atuam de forma multidisciplinar e intersetorial. Ou seja, trabalham em conjunto com os Médicos das diversas especialidades e percebem que a saúde está relacionada à vida que o paciente leva, ao ambiente familiar e comunitário em que ele reside. Assim, a saúde está diretamente ligada a outros setores, como educação, lazer, trabalho, moradia, etc.

Os Agentes Comunitários, por entrarem na casa dos pacientes, por conhecerem a comunidade e o território em que atuam e moram, podem levantar soluções para os problemas existentes na família e na própria comunidade, Tais problemas podem ser a causa do aparecimento da doença. A solução dos problemas pode e deve contar com parcerias com entidades locais e com outros órgãos públicos e com a participação direta da comunidade. Então, trabalha-se muito com grupos comunitários, atividades físicas, educação permanente, dentre outras ações.

Esse é o grande diferencial deste para o modelo clínico a que estamos acostumados. Isso porque, o médico que atua sozinho em seu consultório, dificilmente percebe a origem do problema em uma consulta, por mais demorada que seja. Atua apenas para remediar a doença já instalada.

Dessa forma, percebe-se que o Programa de Saúde da Família é um dos caminhos em que o Poder Público deve investir para conseguir implantar os princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde, propostos na Constituição Federal de 1988 e confirmados na Legislação.
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* Advogada e Agente Comunitária de Saúde do Programa de Saúde da Família

Estados (Des)Unidos

por MARIANA DI LELLO*
Na semana passada abri o New York Times para inspirar o meu exercício de leitura diária e me deparei com uma matéria sobre o conselho escolar do vilarejo rural conhecido como Harrold, no estado do Texas. A pequena cidade que se localiza a 290 quilômetros a noroeste de Dallas atraiu atenção nacional com sua decisão de permitir que alguns professores portassem armas camufladas. Como nos EUA cada estado tem a sua política, o governo local diz apoiar a idéia com o objetivo de impedir um massacre como o que aconteceu no colégio Columbine, no Colorado, em 1999.

O Texas é conhecido por suas tradições e leis “insanas”, mas o fato de os professores estarem armados durante as aulas, tem repercurtido o País e provocado discussões. Defensores do controle de armas não têm se mostrado satisfeitos, enquanto grupos pró-armas estão felizes. E eu, como sempre, fiquei “passada”!

Há cerca de dois meses fui obrigada a me apresentar na corte da Virgínia por conta de um lapso no trânsito. Ao ser abordada pelo policial, que mais parecia um carro alegórico com tantas luzes piscando, soube que ultrapassar a velocidade no estado é crime. Em uma outra ocasião, quando morava ainda na Pensilvânia, um certo guarda de trânsito multou uma conhecida por ter atropelado um viado selvagem que resolveu desfilar na estrada. Ou seja, atropelar animais silvestres, também é crime. Não importa se o peludo está com a seta desligada...

Ah! Mas não é crime incentivar o uso de armas nas instituições de ensino. Não é crime invadir um país em busca de petróleo. Nao é crime separar uma família deportando imigrantes ilegais (leia-se mão de obra barata). Que belo conceito de união... Parabéns, Estados (des) Unidos!
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* jornalista

UM 11 DE SETEMBRO MAIS ANTIGO

Somos desinformados, sim. Preocupamo-nos com os fatos que vemos na televisão e nos esquecemos da história. O Chile, no dia 11 de setembro de 1973, sofreu um drástico atentado à democracia com o apoio do Brasil. A morte do socialista Salvador Allende foi comemorada pelos agentes da CIA e também por muitos governos ditatoriais vizinhos. A América Latina como um todo demorou muito tempo para reiniciar o processo de democratização. Ainda estamos neste longo caminho, rumando à independência das amarras externas. Abaixo, graças à lembrança do politizado amigo RODRIGO EDSON FIERRO, colunista de POLÍTICA, publica-se o último discurso proferido pelo democrata e humanista Salvador Allende há exatos 35 anos.
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"Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei dirigir-me a vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Rádio Magallanes. Minhas palavras não têm amargura, mas decepção. Que sejam elas um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile, comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general rastejante que ainda ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou diretor geral dos carabineros.
Diante destes fatos só me cabe dizer aos trabalhadores: Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos.
Trabalhadores de minha Pátria: quero agradecer-lhes a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que foi apenas intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra em que respeitaria a Constituição e a lei, e assim o fez.
Neste momento definitivo, o último em que eu poderei dirigir-me a vocês, quero que aproveitem a lição: o capital estrangeiro, o imperialismo, unidos à reação criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, que lhes ensinara o general Schneider e reafirmara o comandante Araya, vítimas do mesmo setor social que hoje estará esperando com as mãos livres, reconquistar o poder para seguir defendendo seus lucros e seus privilégios.
Dirijo-me a vocês, sobretudo à mulher simples de nossa terra, à camponesa que nos acreditou, à mãe que soube de nossa preocupação com as crianças. Dirijo-me aos profissionais da Pátria, aos profissionais patriotas que continuaram trabalhando contra a sedição auspiciada pelas associações profissionais, associações classistas que também defenderam os lucros de uma sociedade capitalista. Dirijo-me à juventude, àqueles que cantaram e deram sua alegria e seu espírito de luta.

Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual, àqueles que serão perseguidos, porque em nosso país o fascismo está há tempos presente; nos atentados terroristas, explodindo as pontes, cortando as vias férreas, destruindo os oleodutos e os gasodutos, frente ao silêncio daqueles que tinham a obrigação de agir. Estavam comprometidos. A historia os julgará.
Seguramente a Rádio Magallanes será calada e o metal tranqüilo de minha voz não chegará mais a vocês. Não importa. Vocês continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto a vocês. Pelo menos minha lembrança será a de um homem digno que foi leal à Pátria. O povo deve defender-se, mas não se sacrificar. O povo não deve se deixar arrasar nem tranqüilizar, mas tampouco pode humilhar-se.
Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição."
fonte: site cartamaior

Cuba para todos!

foto extraída da página do governo de Cuba
Pegando carona no texto do Cyro sobre Cuba, decidi que essa semana seria bem interessante apresentar a vocês as preciosidades desse país. Sim, existe Cuba além do charuto!

Enquanto eu fazia a pesquisa sobre a região e comentava sobre os lugares paradisíacos que estava encontrando, uma amiga disse: “Nossa, quando eu penso em Cuba, só me vem charuto na cabeça!”. Pronto, mais um motivo que reforçou a idéia de falar sobre esse lugar.


Essa ilha é rodeada pelo maravilhoso mar do Caribe, então você já pode imaginar as belas imagens que encontrará por lá. Referência quando o assunto é educação, saneamento básico e medicina social, porém, o turismo na Cuba de Fidel Castro era praticamente ignorado. Com o colapso da União Soviética na década de 90 e o bloqueio dos 5 bilhões de dólares enviados anualmente aos cofres cubanos, Fidel se viu obrigado a abrir a ilha ao turistas - hoje a principal fonte de divisas do país. Houve então a chegada de grandes redes hoteleiras, restaurantes, casas noturnas e marinas. Mas, é com a entrada de Raúl Castro no poder que o turismo promete ganhar ainda mais força no país.


Agora vamos ao que interessa! Cuba é realmente um país paradisíaco, que carrega uma infinidades de lugares maravilhosos e que com certeza valem a pena conhecer(me bateu uma vontadinha de viajar para lá! Quem sabe é meu próximo destino!).


A República de Cuba está dividida em quatorze províncias, cada uma carregada de lugares especiais. Hoje escolhi apenas os que mais me chamaram atenção, não só pelas belas praias caribenhas, mas também pela riqueza cultural que carregam.


Havana é a capital cubana, localizada na província Ciudad de La Habana. Essa cidade traz em sua essência uma rica tradição histórica e cultural. O fato de ter poucos recursos e mesmo assim ser um lugar extremamente estiloso atrai cada vez mais turistas. Além dos excelentes serviços hoteleiros, há uma infinidade de danceterias – ótima dica para os viajantes solteiros que procuram muita diversão!


Dizem que Havana é revigorante, mas pode chegar até a ser exaustivo pelas diversidade de programas que pode-se fazer por lá. É completamente diferente de todo o resto de Cuba. A Havana Central é a parte mais povoada e aglomerada da cidade. Se a idéia é fazer umas comprinhas, a dica é passar pela rua São Rafael, que atravessa o Parque Central para o oeste. Outro ótimo passeio na região é uma visita à grande fábrica de tabaco de Partagas, maior exportadora do país, que produz cerca de duzentos rolos, o equivalente a uma média de cinco milhões de cigarros no ano.


A Velha Havana foi declarada como herança do Patrimônio da Humanindade em 1982 pela UNESCO. É bom reservar um bom tempo para não perder a oportunidade de conhecer lugares muito interessantes dessa região. Dê uma passadinha pela Praça das Armas, primeira praça pública construída na cidade. A Praça da Catedral é uma das mais bonitas do Caribe, um modelo da arquitetura barroca no país. Não perca de ver o Castelo da Força Real, um dos fortes mais velhos das Américas (lá você também pode conferir mostras de arte moderna, além da deslumbrante visão do porto). Vale a pena também conferir a enorme coleção de móveis do dos séculos XVII a XIX no Museu de Arte Colonial, palácio construído em 1720.


Depois de Havana, o lugar mais visitado em Cuba é Varadero, da província de Matanzas. São mais de 24 km de praias exuberantes, ligadas a outras atrações naturais como cavernas, ambientes virgens e águas transparentes. Além disso, é o lugar que oferece uma das melhores estrutura para receber o turista em Cuba. Marinas como Chapelin, Puertosol, Darsena de Varadero e Gaviota garantem excelentes opções para mergulhar. O bacana é que você conta com barcos apropriados, pessoal treinado, centros de mergulho, câmaras hiperbáricas e meios de transporte no caso de emergência. Só assim para voltar somente com ótimas lembranças desse lugar, né? Lá você também pode se divertir no Centro Internacional de Pára-quedismo e no Clube de Golfe.


Outro lugar muito interessante para visitar é Bauta, cidade preferida de artistas e músicos cubanos, também da província Ciudad de La Habana . Foi nessa cidade que construíram a Base de Lourdes, posto de observação soviética que espionou os EUA até 2000, ano em que o governo russo decidiu fechá-la.


Jibacoa está situada entre Varadero e Havana, rodeada por encostas e um campo paisagístico. Essa cidade é um verdadeiro tesouro de Cuba, um lugar que ainda mantém todas as suas características naturais praticamente intactas, um verdadeiro segredo guardado da província de Matanzas. As praias são estonteantes e absolutamente calmas, ideais para as famílias que querem curtir as férias com muita tranqüilidade. Muitos casais também elegem esse lugar para a lua-de-mel. Por lá é possível transformar qualquer relacionamento em uma verdadeira história de amor.


Já o distrito de Kohly é o melhor destino para pescadores amadores, mergulhadores e iatistas. Localizado no município de Praia, no lado ocidental do rio Almendares. A Marina Hemingway é passagem obrigatória para os apaixonados por atividades aquáticas.


Não deixe também de passar pelas Praias Leste de Havana. São elas Praia Bacuranao, Veneciana, Santa Maria del Mar El Megano, Boca Ciega, Guanabo, Tarara e a praia de Rincon.
Para quem aprecia caminhada, a dica é fazer a trilha Las Yagrumas, em San Antonio de Los Banos, super pertinho de Havana, apenas a 22km de distância. O percurso não é muito longo. São dois quilômetros, partindo do hotel Las Yagrumas até a caverna de Corderos. Durante a caminhada você terá contato direto com a rica fauna e flora dessa região. Uma ótima pedida é fazer um belo mergulho nas deliciosas águas do rio Ariguanabo.


Em Vedado, não deixe de visitar o Museu Napoleônico, onde encontra-se uma notável coleção das memórias de Napoleão. Além disso, é em Vedado que está enterrado Critóvão Colombo.
Eu poderia ficar aqui escrevendo por muito tempo sobre as riquezas de Cuba! É difícil eleger apenas alguns lugares em um país que carrega tanta beleza natural, uma fascinante história revolucionária e um povo que é profundamente apaixonado pelo seu país. Infelizmente só pude falar um pouquinho do que eu realmente gostaria. Eu prometo que em breve retomaremos esse assunto e garanto que vou descobrir muitos outros tesouros dessa região (espero que pessoalmente!).


Ah, para quem gostou da dica e pretende viajar para lá, prepare a documentação: passaporte válido, visto cubano e se tiver conexão nos EUA é necessário visto americano. O mesmo acontece se houver conexão no México, sendo obrigatório o visto mexicano. Ok?


Cantinho nostálgico...

por LELIANE MORAES*


Um pouco de saudade não faz mal a ninguém, eu bem sei que a modernidade está aí, com inúmeras opções de lazer, baladas fervidas, barzinhos descontraídos e criativos. Porém, o que é bom se eterniza e fica para contar história às futuras gerações.

O bar do museu, localizado na Avenida Ipiranga, 324, Bloco C, foi fundado em 1978 por Cicillo Matarazzo e Yolanda Penteado. Ele funciona nas instalações da Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna e abriga um acervo repleto de obras de artistas como Volpi, Maria leontina e Clóvis Graciano, além de uma exposição dedicada a artistas iniciantes.

Frequentar um local onde sabemos que Tarsila do Amaral pisou, é resgatar a cultura paulistana e mais que se distrair e divertir, é sentir o quão é rica nossa cultural capital...
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* jornalista

Um brinde à Madonna

por LÚ MATOS*

Madonna Louise esse é o nome da fera!
Fera em todos os sentidos da palavra!
Quando Madonna iniciou carreira eu ainda era uma criança!
Meu pai tinha receio da influência “perigosa” na opinião dele daquela loura escandalosa!
Foi amor a primeira vista,a primeira música...ficava eu esperando desesperadamente o lançamento do próximo LP...sim, naquela época era o tão velho vinil negro que deixava eu uma adolescente gordinha toda serelepe esperando o primeiro que chegasse a loja pra comprar!
Madonna foi referência forte na minha adolescência,porque parei imediatamente de comer,fiquei mais loura e claro todos os meninos do colégio passaram a me olhar diferente.
Naquela época me rebelei um pouco, me achava a mulherzinha mais metida do pedaço!
Imediatamente comecei a fazer aulas de jazz uma dança maluca que fazia o corpo dar piruetas e as pernas se abrir no chão num exercício que lá na minha terra chamávamos de escalada!!!E bailava ao som de Like a Virgin
E eu depois de muitos exercícios e muito alongamento consegui fazer aos quatorze anos, acompanhada da minha primeira menstruação!
Madonna era estilo e eu praticamente obrigava minha mãe a comprar corselets e tops que valorizavam seios que eu ainda nem tinha!Só pra ficar parecida com ela.
Com certeza minha referência adolescente foi essa diva loura de nome Madonna!
Hoje essa mulher tem 50 anos e o mesmo corpo incrível de 30 anos atrás!
A mesma beleza e certamente ainda é referência de milhões de mulheres espalhadas por todo o mundo!
Em dezembro a diva dá as caras no Brasil com um show novo mas no estilo total sexy de sempre!
Madonna ainda na flor dos seus 50 aninhos recém completados é exemplo pra muita mulher que ao chegar aos 40 entra em crise!
Coloquem tênis no pé e corram,andem,malhem porque não é tão difícil assim ser uma cinquentona gostosona!
Eu pretendo ser uma loba ao estilo Madonna,com menos ousadia é claro,afinal não danço,nem encanto milhões de pessoas mundo a fora.
Deve ser glorioso chegar aos 50 anos com tanta disposição e beleza!
Então, mulherada, vamos Madonnear, afinal copiar o que é bonito faz bem a saúde é não é pecado!!!
Então,brindemos a Madonna, essa diva portadora de beleza e sedução!
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* jornalista

DICA DO ICARABE

O Instituto da Cultura Árabe, em parceria com a Secretaria da Cultura do Município de São Paulo e o SESC, inicia no próximo dia 8 de setembro, 20h30, a 3ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.

A abertura contará com a apresentação do músico Sami Bourdokan, seguida da apresentação do inédito e premiado filme CARAMEL, de Nadine Labaki.

A Mostra ocorrerá simultaneamente no CineSESC e no Centro Cultural São Paulo de 8 a 14 de Setembro e contará com filmes que receberam menções e prêmios na Bienal de Cinema Árabe de Paris e diversos festivais.

A Mostra contará ainda com 2 importantes debates a serem realizados no CCSP. Um sobre o filme A Porta do Sol, baseado no livro homônimo de Elias Khoury, no dia 10-09 e que contará com a presença de Safa Jubran, Marcia Camargos e José Farhat. O outro sobre o filme Reel Bad Arabs (Como Hollywood Vilificou um Povo), no dia 11-09, com a presença de José Roberto Sadek, Otavio Cury, José Arbex e Isabelle Somma.

O Programa completo pode ser visto na página http://www.icarabe.org/

CineSESC - Rua Augusta, 2075 – Telefone: 3087-0500.

Centro Cultural São Paulo – Av. Vergueiro, 1000.

DESBRAVANDO CUBA

foto extraída da página do governo de Cuba


A Ilha de Cuba foi disputada pelos grandes impérios contemporâneos.
Ingleses e franceses já disputaram com os espanhóis o direito de explorar a ilha, bem como os estadunidenses. Invasões francesas, inglesas e estadunidenses ocorreram e Cuba só foi “libertada” das garras do exército espanhol com o apoio dos Estados Unidos. Mais recentemente, até praticamente duas décadas atrás, era a ex-União Soviética quem exercia o domínio político e econômico sobre a enorme ilha.

Dizem que Fidel Castro, em 1959, havia levado para Cuba a doutrina comunista. Não de início. Ele não era comunista. A ação dele visava, tão somente, acabar com a corrupção e a discriminação aos negros. Em um primeiro momento, manteve a propriedade privada e a diversificação econômica. Somente após a revolução é que obteve o apoio do Partido Comunista Cubano. E foi com a aproximação da União Soviética que a economia foi se transformando.
Che apostava na industrialização e não na monocultura de cana, que acabou por ser restabelecida por Fidel com a aproximação da URSS. Quem aproximou o líder cubano dos comunistas não foi Che Guevara, mas Raul Castro. Che era anti-imperialista, anti-estadunidense e também contra qualquer outro império. Era um idealista e um sonhador.
Nem os Estados Unidos e nem a União Soviética, as duas potências que dividiram o planeta entre os anos de 1940/1990, tinham noção exata do que estava acontecendo em Cuba. Somente após a revolução que dominou a grande ilha caribenha é que os Estados Unidos começaram a se preocupar. Os soviéticos, muito tempo depois, é que buscariam em Fidel um forte aliado.
Enquanto Che Guevara exportava a guerrilha para a África e a América do Sul, os irmãos Castro aproximavam-se do bloco comunista e integravam-se ao Comecom, o bloco econômico comunista. O açúcar cubano era a única coisa que interessava aos comunistas soviéticos e Cuba, com isso, tornou-se uma grande monocultura canavieira.
Com a posterior estatização de empresas e de terras pertencentes a americanos, os Estados Unidos financiaram uma enorme invasão à ilha pelos contras residentes na Flórida, o que ficou conhecido como a invasão da Baia dos Porcos. Cuba saiu-se vitoriosa e, com medo de uma invasão estadunidense, pediu a ajuda militar soviética. A URSS enviou mísseis, o que deu início a uma grande instabilidade, um dos momentos mais delicados da guerra-fria. Após negociações com os soviéticos, os Estados Unidos permaneceriam com a base militar em Guantánamo, em plena ilha de Cuba, ganha na guerra com os espanhóis, e os soviéticos não instalariam mísseis ou qualquer outro armamento nuclear na ilha de Fidel.
Uma maior aproximação com os Estados Unidos só ocorreria de forma breve no governo Jimmy
Carter.

Com a liberação do regime e da economia soviéticos em 1991, Cuba isolou-se e perdeu grandes fontes de recursos.
Hoje, Cuba vive basicamente do turismo e da exportação do açúcar e do tabaco. Carros das décadas de 1940 e 1950 dominam a paisagem.
Cuba Pareceria um país parado no tempo, não fossem os luxuosos hotéis construídos por grandes redes européias.
Cuba teve participação importante em grandes eventos, como na libertação da Argélia, de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e na resistência ao ataque israelense às Colinas de Golam, na Síria.


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Cyro Saadeh é jornalista

AXILAS PROTEGIDAS E FRESQUINHAS


por SCHISMENE FREITAS*

Garotas eu sei que fica até meio chato eu postar aqui uma coisa dessas, mas é extremamente necessário falar sobre isso aqui.
Nós mulheres temos horror a odores desagradaveis e pêlos, por isso fazemos de tudo para deixar as axilas fresquinhas e livre do mau cheiro e suor.
Com as dicas que vou passar agora, vocês vão passar um dia inteirinho fresquinhas e protegidas. Dêem adeus ao cecê.
O desodorante é tão importante quanto o sabonete de banho ou a pasta de dentes, ele garante refrescância e preserva as axilas e as roupas do cheiro desconfortável e suor.
Vamos prolongar este efeito? Comece no banho lavando muito bem a região das axilas com um sabonete antibacteriano e pode ser usada a bucha que é ótima e ajuda bastante. Assim que terminar seque bem, pois a pele úmida dificulta a penetração do produto.
Os tecidos também ajudam, por exemplo: sintéticos abafam demais e dificultam a transpiração e favorecem o desagradável odor que ninguém merece.
Prefira as roupas de algodão e que não apertem as axilas, uma outra dica é não repetir roupas e evitar usar roupas de outras pessoas.
Depilação em dia ajuda a evaporar o suor e diminui o odor causado pelas bactérias que fazem a festa quanto a umidade está retida nos pêlos. Sabiam que compressas com chá preto ajudam a diminuir o suor? Façam ... Acho o máximo!
Não precisa escolher o desodorante pelo cheiro, porque o efeito depende mesmo da produção de suor de cada pessoa e da capacidade do produto, portanto ele pode ser com ou sem perfume.
Os antitranspirantes têm efeito mais prolongado e pode ser usado apenas uma vez ao dia enquanto os mais suaves costumam exigir reaplicação para quem transpira muito em média de cinco a oito aplicações por dia.
Esqueçam a parafernália caseira como uso de talco e soluções caseiras que ao invés de ajudarem só comprometem a transpiração e podem irritar a pele. Uma única solução que ajuda é o leite de magnésia comum passado após o banho.
Acredito que depois dessa simples e valiosa dica vocês ficarão mais poderosas e seguras.

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* jornalista, atriz e modelo

PAÍS LAICO

por Cyro Saadeh*
Um crucifixo enorme - que representa o Cristianismo - permanece na sala de julgamentos do Supremo Tribunal Federal. Diversas Igrejas - mas não todas - mantém convênios com várias esferas governamentais. Algumas Igrejas - mas não todas - recebem concessão pública, ou alugam horários, para criar programas em rádios e tvs. Algumas Igrejas - mas não todas - têm o direito de possuir escolas particulares e ministrar ensino religioso. Isso é uma piada ou resultado de uma hipocrisia disseminada?
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*jornalista

SÚMULA VINCULANTE Nº 11 DO STF E O USO DE ALGEMAS

por JOSÉ LUIZ SOUZA DE MORAES*


Não é a primeira vez que o Supremo Tribunal Federal faz uso de súmula vinculante para regulamentar de forma genérica, determinado assunto que foi deixado de lado pelo legislador, em evidente omissão legislativa.
Certamente este procedimento cada vez mais usual por parte de nossa Suprema Corte tem maior relevância do que o próprio assunto do uso das algemas; vez que, tal prática evidentemente tem imensurável impacto sobre o Princípio Fundamental do Estado de Direito que é a Separação das Funções do Estado, a chamada Separação dos Poderes.
É certo também que nosso ordenamento jurídico veda o “non liquet”, ou seja, o juiz está sempre obrigado a dizer o direito não podendo alegar a inexistência de norma específica para o julgamento do caso em concreto, a lacuna ou anomia, devendo se utilizar das normas de hermenêutica para retirar do ordenamento jurídico a melhor forma de dirimir o conflito e trazer a paz social, finalidade e razão de existência do Direito.
É patente a omissão do Legislador Federal a respeito do uso de algemas, vez que, a matéria necessita de regulamentação desde a vigência da Lei de Execução Penal, Lei 7.210 de 11 de julho de 1984, que em seu artigo 199 reza que o emprego de algemas será disciplinado por Decreto Federal. Este decreto, à época meio formalmente hábil a regular a matéria, nunca foi editado e nenhuma lei específica foi promulgada para este determinado fim.
No Estado de São Paulo o uso de algemas é regulado pelo Decreto Estadual nº 19.903 de 30 de outubro de 1950, bem como, pela Resolução número 41 da Secretaria de Segurança Pública do Estado, que dentre outras providências exige a manutenção de um livro de registro de uso de algemas em cada Delegacia de Polícia como forma de controle de sua utilização pelas autoridades policiais superiores. Contudo, é evidente que esta norma somente pode ser aplicada no Estado de São Paulo, não tendo validade em âmbito nacional.
O Supremo em decisões anteriores utilizou-se da analogia e buscou no Código de Processo Penal Militar supedâneo para prolatar sua decisão. O CPP Militar traz em seu artigo 234 regra que limita o uso de algemas apenas quando for “...indispensável, no caso de desobediência, resistência ou tentativa de fuga...”. O diploma legal ainda traz em seu artigo 242, um rol de indivíduos em que será defeso o uso de algemas em razão das funções exercidas por estas pessoas, abarcando desde magistrados, a pessoas com nível superior, bombeiros, jurados, Ministros de Tribunais de Contas e até mesmo ministros de confissões religiosas; trazendo assim um fator discriminante de duvidosa constitucionalidade.
Assim, da análise conjunta das normas que tratam sobre o assunto fica claro que o uso de algemas consiste em verdadeira EXCEÇÃO, e somente pode se dar quando presentes ao menos dois requisitos: NECESSIDADE E RAZOABILIDADE.
O uso de algemas somente pode se dar quando for patente a necessidade da medida, por motivo de segurança dos próprios agentes policiais, da comunidade ou do próprio preso, ou ainda, para evitar a fuga do conduzido, o que acarretaria a frustração da aplicação da justiça criminal.
Contudo, mesmo sendo a medida necessária, deve ela ser pautada pelo princípio da Razoabilidade pois sempre haverá um verdadeiro conflito de princípios constitucionais. De um lado agirá o Estado com sua finalidade precípua de promover a Segurança Pública e do outro estará o indivíduo tutelado sob o manto de seus direitos fundamentais. A necessidade da medida não pode de maneira alguma ter o condão de suprimir direitos do indivíduo que a própria Lei Penal não suprime, em especial a Dignidade da Pessoa Humana.
A Lei Penal pode restringir a liberdade do indivíduo, mas não suprimir a sua Dignidade. Não é justificável tratar o indivíduo que está sob a tutela do Estado como um animal acorrentado, a fim de causar odiosa exposição pública tal qual fosse ele um prêmio obtido em uma caçada.
A exposição e humilhação públicas não são finalidades do Direito Penal que tem como escopo suprimir a liberdade daquele que cometeu fato criminoso a fim de manter a paz social e retribuir de forma proporcional o mal praticado; o seu fim nunca será o escárnio público.
O uso deste importante instrumento que é a algema, não pode ser realizado com os evidentes os abusos que presenciamos diuturnamente através dos mais variados meios de comunicação.
A finalidade de algemar um indivíduo somente é a de evitar a violência, a resistência à prisão ou a tentativa de fuga e jamais como forma de arrogante exibicionismo. O Agente Público que desta forma age o faz em patente Abuso de Autoridade, previsto nos artigos 3º, “i” e 4º “b” da Lei 4.898/65 e assim, se confunde com a própria figura do criminoso algemado.
A regulação do uso de algemas pelo Supremo Tribunal Federal, apesar de não ser o modo mais correto de regular a matéria, encontra guarida na própria omissão legislativa e talvez seja o estopim para a necessária produção de uma Lei Específica. Contudo, os fins não justificam os meios, e não deve o Supremo agir como “legislador suplementar” trazendo para si competência que a própria Constituição Federal não lhe confiou.

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* Procurador do Estado de São Paulo, Professor de Direito Processual Penal e de Direito Administrativo na Universidade Ibirapuera e membro das Comissões Estaduais de Ex-Presos Políticos do Estado de São Paulo, da Comissão Estadual de Entorpecentes e do Conselho Curador e Fiscal da Fundação Procon/SP, entre outras.