Olhamos as nuvens e tentamos imaginar esculturas de uma espécie de algodão ao vento. Quem já não olhou para elas e imaginou poder prever o futuro com figuras que se formariam quase que exclusivamente para o observador? São enigmas das nuvens que se locomovem entre a terra e o céu, como portas que nos permitiriam, ou não, alcançar o divino, transportando pelos ares toda a nossa imaginação e crença em um ser que nos é infinitamente superior. Se estamos nas nuvens ou na terra, não importa. O que nos parece imprescindível é saber que elas existem e transportam lentamente nossos sonhos, devaneios e pensamentos filosóficos quase autistas que insistimos em traçar.
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Cyro Saadeh é escritor
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Cyro Saadeh é escritor