por MARIANA DI LELLO*
Na semana passada abri o New York Times para inspirar o meu exercício de leitura diária e me deparei com uma matéria sobre o conselho escolar do vilarejo rural conhecido como Harrold, no estado do Texas. A pequena cidade que se localiza a 290 quilômetros a noroeste de Dallas atraiu atenção nacional com sua decisão de permitir que alguns professores portassem armas camufladas. Como nos EUA cada estado tem a sua política, o governo local diz apoiar a idéia com o objetivo de impedir um massacre como o que aconteceu no colégio Columbine, no Colorado, em 1999.
O Texas é conhecido por suas tradições e leis “insanas”, mas o fato de os professores estarem armados durante as aulas, tem repercurtido o País e provocado discussões. Defensores do controle de armas não têm se mostrado satisfeitos, enquanto grupos pró-armas estão felizes. E eu, como sempre, fiquei “passada”!
Há cerca de dois meses fui obrigada a me apresentar na corte da Virgínia por conta de um lapso no trânsito. Ao ser abordada pelo policial, que mais parecia um carro alegórico com tantas luzes piscando, soube que ultrapassar a velocidade no estado é crime. Em uma outra ocasião, quando morava ainda na Pensilvânia, um certo guarda de trânsito multou uma conhecida por ter atropelado um viado selvagem que resolveu desfilar na estrada. Ou seja, atropelar animais silvestres, também é crime. Não importa se o peludo está com a seta desligada...
Ah! Mas não é crime incentivar o uso de armas nas instituições de ensino. Não é crime invadir um país em busca de petróleo. Nao é crime separar uma família deportando imigrantes ilegais (leia-se mão de obra barata). Que belo conceito de união... Parabéns, Estados (des) Unidos!
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* jornalista