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DESBRAVANDO CUBA

foto extraída da página do governo de Cuba


A Ilha de Cuba foi disputada pelos grandes impérios contemporâneos.
Ingleses e franceses já disputaram com os espanhóis o direito de explorar a ilha, bem como os estadunidenses. Invasões francesas, inglesas e estadunidenses ocorreram e Cuba só foi “libertada” das garras do exército espanhol com o apoio dos Estados Unidos. Mais recentemente, até praticamente duas décadas atrás, era a ex-União Soviética quem exercia o domínio político e econômico sobre a enorme ilha.

Dizem que Fidel Castro, em 1959, havia levado para Cuba a doutrina comunista. Não de início. Ele não era comunista. A ação dele visava, tão somente, acabar com a corrupção e a discriminação aos negros. Em um primeiro momento, manteve a propriedade privada e a diversificação econômica. Somente após a revolução é que obteve o apoio do Partido Comunista Cubano. E foi com a aproximação da União Soviética que a economia foi se transformando.
Che apostava na industrialização e não na monocultura de cana, que acabou por ser restabelecida por Fidel com a aproximação da URSS. Quem aproximou o líder cubano dos comunistas não foi Che Guevara, mas Raul Castro. Che era anti-imperialista, anti-estadunidense e também contra qualquer outro império. Era um idealista e um sonhador.
Nem os Estados Unidos e nem a União Soviética, as duas potências que dividiram o planeta entre os anos de 1940/1990, tinham noção exata do que estava acontecendo em Cuba. Somente após a revolução que dominou a grande ilha caribenha é que os Estados Unidos começaram a se preocupar. Os soviéticos, muito tempo depois, é que buscariam em Fidel um forte aliado.
Enquanto Che Guevara exportava a guerrilha para a África e a América do Sul, os irmãos Castro aproximavam-se do bloco comunista e integravam-se ao Comecom, o bloco econômico comunista. O açúcar cubano era a única coisa que interessava aos comunistas soviéticos e Cuba, com isso, tornou-se uma grande monocultura canavieira.
Com a posterior estatização de empresas e de terras pertencentes a americanos, os Estados Unidos financiaram uma enorme invasão à ilha pelos contras residentes na Flórida, o que ficou conhecido como a invasão da Baia dos Porcos. Cuba saiu-se vitoriosa e, com medo de uma invasão estadunidense, pediu a ajuda militar soviética. A URSS enviou mísseis, o que deu início a uma grande instabilidade, um dos momentos mais delicados da guerra-fria. Após negociações com os soviéticos, os Estados Unidos permaneceriam com a base militar em Guantánamo, em plena ilha de Cuba, ganha na guerra com os espanhóis, e os soviéticos não instalariam mísseis ou qualquer outro armamento nuclear na ilha de Fidel.
Uma maior aproximação com os Estados Unidos só ocorreria de forma breve no governo Jimmy
Carter.

Com a liberação do regime e da economia soviéticos em 1991, Cuba isolou-se e perdeu grandes fontes de recursos.
Hoje, Cuba vive basicamente do turismo e da exportação do açúcar e do tabaco. Carros das décadas de 1940 e 1950 dominam a paisagem.
Cuba Pareceria um país parado no tempo, não fossem os luxuosos hotéis construídos por grandes redes européias.
Cuba teve participação importante em grandes eventos, como na libertação da Argélia, de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e na resistência ao ataque israelense às Colinas de Golam, na Síria.


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Cyro Saadeh é jornalista