Semana passada, juristas de todo Brasil e os meios de comunicação ficaram em polvorosa com a Operação Satiagraha da Polícia Federal, que levou à prisão, dentre outros, o banqueiro Daniel Dantas.
Pouco conhecido do grande público – pois, excetuando alguns veículos, digamos, mais independentes (principalmente a revista Carta Capital), sua aparição na chamada “grande mídia” era restringida a notas que não iam nada além de descrevê-lo como um bem-sucedido empresário – Daniel Dantas é uma figura emblemática da onda neoliberalista que tomou conta do país no final do século passado e início deste. Suas relações com o mundo da política tiveram inicio nas mãos do falecido Antonio Carlos Magalhães, posteriormente foi cogitado a ser ministro de Estado no governo Collor, gozou de amplo acesso no PSDB e no governo FHC (onde teria enriquecido com o processo de privatização do Sistema Telebrás, em 1998) e, conforme agora veio à tona, aproximou-se de influentes políticos ligados ao PT.
Poucas horas após sua prisão, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, determinou sua soltura, concedendo liminar em um pedido de habeas corpus que vinha se arrastando desde abril deste ano, que o banqueiro impetrou em virtude de uma matéria publicada à época pela Folha de São Paulo. No mesmo dia em que foi solto (quinta, 10 de julho), a Justiça Federal de São Paulo decretou novamente sua prisão preventiva, agora sob acusação de tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal. No dia seguinte, nova decisão da nossa Suprema Corte mandando libertá-lo.
Logicamente, o caso tem muito mais meandros do que foi dito aqui neste espaço. Mas de tudo o que foi falado, analisado e repercutido na mídia em geral, o que posso destacar é, de um lado, o fato de que nosso Brasil não consegue se libertar de velhas práticas e, por outro lado, o “baile” que a chamada “mídia conservadora” levou nesse episódio dos sites e blogs do internet.
O primeiro aspecto é evidente por si só. Deixo totalmente de lado a questão da legalidade ou não da prisão. A discussão é outra. Quem neste país, algum dia, teve dois pedidos analisados e concedidos pelo STF em 48 horas? Ninguém! E não pensem vocês que estamos ingressando numa nova era de Justiça para todos. O nosso sistema judiciário não é e nunca foi acessível a todos. Ele é preconceituoso e excludente. Esse caso apenas demonstra que as grandes alamedas da nossa Justiça só estão totalmente abertas para alguns poucos.
O outro aspecto, no entanto, é algo que considero alentador. A chamada mídia alternativa – blogs e sites da internet – cobriu o caso de forma muito superior e eficiente do que os grandes veículos (leia-se: Globo, Folha, Estadão e Veja). Repito, foi um baile. Quem quisesse ter informações seguras sobre o que estava acontecendo tinha de se socorrer dos blogs e sites – como os do Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Bob Fernandes, entre muitos outros – já que a mídia convencional desvirtuou toda a discussão à questões de menor importância, como o abuso no uso de algemas e alarde que a Polícia Federal faz com suas operações
Isso é curioso, pois a mídia alternativa sempre repercutia o que se noticiava nos grandes veículos da mídia convencional. Esse caso criou um paralelo. As notícias eram divulgadas pelos sites e blogs e discutidas à margem do que noticiavam os grandes jornais e as emissoras de televisão.
Há muito que os interesses econômicos dos grandes monopólios da informação tomaram conta de nosso noticiário e deixou-se de lado o comprometimento de noticiar fatos de forma imparcial. Tomara que novos tempos estejam chegando.....
Pouco conhecido do grande público – pois, excetuando alguns veículos, digamos, mais independentes (principalmente a revista Carta Capital), sua aparição na chamada “grande mídia” era restringida a notas que não iam nada além de descrevê-lo como um bem-sucedido empresário – Daniel Dantas é uma figura emblemática da onda neoliberalista que tomou conta do país no final do século passado e início deste. Suas relações com o mundo da política tiveram inicio nas mãos do falecido Antonio Carlos Magalhães, posteriormente foi cogitado a ser ministro de Estado no governo Collor, gozou de amplo acesso no PSDB e no governo FHC (onde teria enriquecido com o processo de privatização do Sistema Telebrás, em 1998) e, conforme agora veio à tona, aproximou-se de influentes políticos ligados ao PT.
Poucas horas após sua prisão, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Mendes, determinou sua soltura, concedendo liminar em um pedido de habeas corpus que vinha se arrastando desde abril deste ano, que o banqueiro impetrou em virtude de uma matéria publicada à época pela Folha de São Paulo. No mesmo dia em que foi solto (quinta, 10 de julho), a Justiça Federal de São Paulo decretou novamente sua prisão preventiva, agora sob acusação de tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal. No dia seguinte, nova decisão da nossa Suprema Corte mandando libertá-lo.
Logicamente, o caso tem muito mais meandros do que foi dito aqui neste espaço. Mas de tudo o que foi falado, analisado e repercutido na mídia em geral, o que posso destacar é, de um lado, o fato de que nosso Brasil não consegue se libertar de velhas práticas e, por outro lado, o “baile” que a chamada “mídia conservadora” levou nesse episódio dos sites e blogs do internet.
O primeiro aspecto é evidente por si só. Deixo totalmente de lado a questão da legalidade ou não da prisão. A discussão é outra. Quem neste país, algum dia, teve dois pedidos analisados e concedidos pelo STF em 48 horas? Ninguém! E não pensem vocês que estamos ingressando numa nova era de Justiça para todos. O nosso sistema judiciário não é e nunca foi acessível a todos. Ele é preconceituoso e excludente. Esse caso apenas demonstra que as grandes alamedas da nossa Justiça só estão totalmente abertas para alguns poucos.
O outro aspecto, no entanto, é algo que considero alentador. A chamada mídia alternativa – blogs e sites da internet – cobriu o caso de forma muito superior e eficiente do que os grandes veículos (leia-se: Globo, Folha, Estadão e Veja). Repito, foi um baile. Quem quisesse ter informações seguras sobre o que estava acontecendo tinha de se socorrer dos blogs e sites – como os do Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Bob Fernandes, entre muitos outros – já que a mídia convencional desvirtuou toda a discussão à questões de menor importância, como o abuso no uso de algemas e alarde que a Polícia Federal faz com suas operações
Isso é curioso, pois a mídia alternativa sempre repercutia o que se noticiava nos grandes veículos da mídia convencional. Esse caso criou um paralelo. As notícias eram divulgadas pelos sites e blogs e discutidas à margem do que noticiavam os grandes jornais e as emissoras de televisão.
Há muito que os interesses econômicos dos grandes monopólios da informação tomaram conta de nosso noticiário e deixou-se de lado o comprometimento de noticiar fatos de forma imparcial. Tomara que novos tempos estejam chegando.....
________________________________________________
* advogado e pós-graduando