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CURIOSIDADES: IMPÉRIO PERSA - por CYRO SAADEH

A Pérsia, cerca de 500 anos antes de Cristo, tornou-se um forte império e o primeiro a conquistar terras em outros continentes. Depois de várias gerações de imperadores e após 200 anos, sucumbiu perante Alexandre Magno.
Amante de história que sou, não podia deixar de relatar um pouco da fantástica história dos persas, os quais, sob o comando de um grande líder, respeitaram etnias e religiões, em uma época em que a barbárie corria solta. Ciro de Ansan, o primeiro grande imperador persa, foi um líder admirado por Alexandre, o macedônio.
A pérsia foi formada por tribos de origem indo-européias que, por volta do ano 1000 AC, migraram para o que hoje é o Irã. Essas tribos são da raça ariana, aquela que ficou famosa pelos discursos racistas e inflamados de Hitler. Foi lá que surgiu a primeira religião monoteísta, o Zoroastrismo, existente e praticada até hoje no Irã.
Em 600 AC, os povos aquemênida e medo se uniram e, sob a liderança de Ciro, formaram o maior império até então conhecido. Em apenas 25 anos, conquistaram a Ásia menor e Mesopotâmia inteira. Os imperadores que sucederam o primeiro líder, conquistaram a palestina, a Síria, o Egito e chegaram a tomar muitas ilhas gregas, mas não tiveram o mesmo carismo daquele.
Ciro era descendente dos medos e dos aquemênidas, o que assegurou o reconhecimento de sua liderança pelos dois povos persas. Dizem que ele tinha os olhos azuis e os cabelos loiros, como os arianos.
Desenho que retrata Ciro moreno
Respeitado pelos gregos e admirado por Alexandre Magno, Ciro era um notável estrategista militar, um bom administrador e estadista, além de uma figura humana notável.
Dizem que esse grande líder tinha visões, o que é crível, já que os imperadores persas sempre foram místicos e rodeados de magos ou bruxos e também de conselheiros.
Ao conquistar territórios, o primeiro grande imperador persa construía fortalezas e estradas, e impunha a cobrança de tributos, mas permitia ao povo a livre prática religiosa e o uso da língua e dos costumes locais. Com isso, o comércio e o intercâmbio cultural eram intensos.
Ele não se dispunha a ser sanguinário e se curvava aos deuses dos povos conquistados, o que o tornava popular, simpático e admirado. Muitas vezes, era visto como um verdadeiro libertador, pois vez e outra punha fim à tirania então existente, como na Babilônia. E foi lá que permitiu a libertação dos judeus escravizados, para que rumassem à sua terra natal. E 40 mil rumaram para o solo sagrado.
Mas, como todo imperador, ele era megalomaníaco, o que pode ser percebido pela seguinte frase: "Eu sou Ciro, rei do mundo, grande rei, rei legítimo, rei da Babilônia, rei da Suméria e da Acádia, rei das quatro extremidades".
Dizem que Ciro morreu em combate, lutando contra nômades vindos das estepes da Ásia Central, mas também há a versão de que teria morrido tranquilamente, já com idade avançada.
Os imperadores que o sucederam não eram necessariamente descendentes diretos, de primeiro ou segundo grau. O primeiro a ocupar o seu lugar foi Cambises, seu filho, um déspota odiado por muitos. A ele se seguiram Dario I, Xerxes, Artaxerxes, Dario II, e Dario III.
O império persa deixou como lição a necessidade de se respeitar as diferenças e de tolerar credos e culturas distintas. É certo que o imperialismo nunca é bom, pois se impõe através da força, mas se é exercido com tirania, como ocorreu com os sucessores de Ciro, o império não sobreviverá por muito tempo, já que haverá muita relutância em aceitá-lo pacificamente.
Bem que essa história, bem como a de Alexandre, o Macedônio, poderia ser lida e compreendida pelo Bush II e seus assessores mais próximos.