Devemos pensar no todo, mas não podemos deixar de pensar em cada ente e nas poesias envolvidas nas questões sob análise.
Quando se fala em desenvolvimento, pensamos nas construções de hidrelétricas e nos esquecemos da natureza e dos que viveram por anos na terra a ser submersa. Também nos esquecemos dos empregos que aquela terra e água não barrada gerava à população. Ao se decidir, tem que se ponderar todos os lados para haver o equilíbrio necessário.
A sensibilidade demonstrada pela visão do mais fraco é importante, mas talvez não decisória. A racionalidade do progresso é importante, mas também não é suficiente para emitir-se uma decisão.
No equilíbrio da análise dos pontos de vista, das questões em jogo e dos detalhes de sensibilidade é que vêm a decisão menos injusta.
Jamais podemos esquecer que vivemos para tornar a vida humana menos indigna sob todos os aspectos. O progresso econômico pode ou não implicar na maior ou menor indignidade. De certo, a dignidade somente vem à baila quando se respeita o ser humano e os sonhos, vontades e necessidades de cada um dos que se apresentam com problemas a serem solucionados.
Ditaduras e visões voltadas apenas à economia podem solucionar problemas de desenvolvimento econômico, mas jamais o desenvolvimento humano e de humanidades.
Por isso, ver uma lágrima e sensibilizar-se é a melhor maneira de colocar em uma balança os pesos envolvidos na decisão.
Ao administrador público cabe considerar essas necessidades dos que serão administrados. Afinal, é administrador público e não de interesses privados.
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* escritor e jornalista