por Cyro Saadeh*
- Um tempo atrás tive a oportunidade de realizar um documentário muito interessante. Versava sobre a história de um menino nordestino que se sentia menina e que, com o passar do tempo foi sofrendo mais e mais preconceito. Pressionado pela sociedade conservadora, mudou-se para o Estado de S. Paulo, onde conheceu o seu namorado. Passou um tempo e adotou duas crianças, tornou-se Mãe de Santo e realizou uma cirurgia tensa para a mudança de sexo, após autorização médica. Mudou o nome por força de decisão judicial e casou na Igreja. Os filhos e a sociedade, hoje, o tratam como uma mulher, que realmente é. Há detalhes mais interessantes e que nos fazem perceber como somos pequenos e reduzidos na capacidade de compreender o universo de possibilidades, de vontades e de necessidades imperativas do ser humano.
- Hoje, o meu objetivo mais imediato na área de vídeo é justamente essa, a de refilmar esse documentário, sob a mesma perspectiva que havia feito, ou seja, a de fazer o telespectador notar como o preconceito é algo deplorável após haver a compreensão da história de vida do personagem. Tem tudo para emocionar até o mais preconceituoso homófobo. Duvida? Então, aguarde.
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* jornalista e pretenso vídeo-documentarista e escritor