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AS FLORESTAS E O INTERESSE IMPERIALISTA - por Cyro Saadeh

O estudioso em ecologia Evaristo Eduardo de Miranda escreveu um interessante artigo no jornal “O Estado de São Paulo”, de 17/01/2007, pág. A2. Ele começa explicando que há uns 8 mil anos, o Brasil possuia pouco menos de 10% das florestas mundiais. Hoje, detém 28,3%, e possui intactas 69,4% de suas florestas primitivas.
Todos os continentes provocaram desmatamentos desmedidos, com exceção de parte do continente americano. Ele cita como exemplo a Europa, que detinha mais de 7% das florestas e hoje possui apenas minguados 0,1%. O pesquisador assegura que o Brasil é um dos países que historicamente mais tem mantido sua “cobertura florestal”. A primeira reserva foi criada ainda em 1808, por D. João VI e, inclusive, era concedida alforria aos escravos que denunciassem o contrabando de pau-brasil. Até aquela época, o Brasil havia desmatado menos de 30 mil kms², informa. A partir do século 20 é que ocorre um desmatamento acelerado, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Porém, isso não provocou desertificação, observa.
Mas, mesmo com tudo isso, o Brasil tem sido “severamente criticado pelos campeões do desmatamento”, complementa o doutor em ecologia. Não é questão de ser nacionalista ou anti-ecológico. O fato é que o Brasil é um país pobre, tem uma desigualdade social imensa e, ao mesmo tempo, tem uma cobertura florestal de interesse de todo o planeta, principalmente a floresta amazônica.
Como conciliar o aludido “progresso” com a necessidade de aumentar a produção de alimentos e de bens, ou seja, ampliar a zona agricultável e industrial, e também com a necessidade de se preservar suas matas? É uma questão difícil, mas o Brasil não pode abrir mão do seu direito incontestável de utilizar suas riquezas de maneira responsável, porém voltada aos seus interesses, ou seja, às necessidades e interesses do povo. Uma saída, a ser pensada, seria manter grande parte de suas florestas intactas, mediante contribuição dos países ricos, como compensação por não poder usufruir de parte de suas riquezas naturais. Seria uma espécie de indenização por lucros cessantes.
O que o Brasil não pode fazer é ceder de cabeça baixa parte de sua soberania para beneficiar países ricos que no passado foram absolutamente irresponsáveis com a natureza. O Brasil tem direito a gerir suas matas e a cobrar pela manutenção das mesmas, já que ela é de fundamental importância para a sobrevivência de todo o planeta. Ele só não pode sofrer um ônus, ou seja, um prejuízo ainda maior, por ter agido de maneira menos irresponsável nos últimos séculos.
A mídia internacional, os mandatários dos países ricos, em especial os Estados Unidos e a União Européia, têm aumentado as críticas ao Brasil, não com a finalidade de assegurar um meio ambiente sadio a toda a humanidade, já que em seus países nunca houve tal preocupação, mas para poder exigir de um país pobre que pare de utilizar seus próprios recursos em benefício da população de todo o mundo, enquanto não pratica o reflorestamento em suas próprias terras. O Brasil não pode permitir o desmatamento irresponsável, mas também não pode aceitar condições injustas, imorais, impositivas e limitatórias de sua soberania. Os Estados Unidos já invadiram o Afeganistão por causa do gás natural e o Iraque por conta do petróleo. Agora, só falta invadirem o Brasil por três grandes causas: água potável, floresta amazônica e os minérios preservados e escondidos no subsolo da mata.
Olhar a questão sem paixão e de forma racional, é a única saída para não nos seduzirmos com uma propagação tendenciosa e que visa atender não aos interesses dos africanos, sul-americanos ou de qualquer povo empobrecido, mas sim, precipuamente, aos maiores responsáveis pelo desmatamento mundial. Aceitar as condições que são diuturnamente apresentadas é premiar a falta de respeito desses países ricos com o meio ambiente e com o planeta. Pode-se considerar, assim, a fala desses países como ato imperialista.