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SENTIMENTO DE LIBERDADE

por Cyro Saadeh
(extraído do blog cyrosaadeh.blogspot.com)
Você se julga livre?Você compreende o que faz? E o que o outro faz? Você sabe os verdadeiros motivos de ser igual ou diferente a todos? Já parou para pensar? E o que lhe dá prazer? Sabe o motivo disso? Todos também têm tal prazer ou você é diferente? Parou para pensar no motivo?
É, são várias as perguntas, mas só nos tornamos verdadeiramente livres quando somos capazes de afirmar que tomamos decisões espontaneamente, sem ser fruto de massificação. Liberdade é algo tão importante e tão cerceado, que não temos noção de quanto falta, ainda, para a humanidade poder ser declarada livre. Livre de imagens, conceitos e histórias falsas, livre de massificação e do mascaramento. Falta muito para sermos livres, mas se questionamos, já teremos dado um grande passo para lutar pela liberdade. Ao menos, teremos o sentimento de liberdade.

ORGANIZAÇÕES TERRORISTAS?

INTERNACIONAL
por Cyro Saadeh*
Os Estados Unidos, através de sua agência de inteligência, CIA, divulgam que a Al Qaeda está próxima da derrota no Iraque.
Coincidência ou não, estamos próximos das eleições nos Estados Unidos e está em jogo a permanência dos Republicanos no Poder. Não será surreal imaginar que possa ser divulgada a morte de Osama Bin Laden.
Estamos em um mundo muito estranho, em que as demonstrações de manipulação do público se tornam cada dia mais cristalinas.
Primeiramente, há que se discutir se essa organização a que denominam "Al Qaeda", que teria sido criada com o dinheiro sujo da CIA, realmente existe. Depois, há que se questionar o papel de Osama Bin Laden na organização. Mas não é só isso. A quem interessa a existência de uma organização terrorista internacional que justifique a invasão de países ricos em petróleo e gás, situados muito próximos de países que despontam como próximas potências (Rússia, China e Índia)?
A Venezuela era potencial alvo, graças à riqueza mineral e ao posicionamento ideológico de seu presidente, considerado como radical por alguns países politicamente mais conservadores. Mas, hoje, o Brasil, que se demonstra rico em hidrocarbonetos e com potencial para ser uma das maiores economias dentro de 15 ou 20 anos, que se cuide.
Não é de hoje que sustento que organizações sociais ou partidárias podem ser taxadas de terroristas por governos extremistas, como é e foi o de George W. Bush, para justificar todo tipo de ação, como invasão, exigência de base militar estadunidense e outras coisas. E isso com um só propósito, sustentar a economia daquele país através de riqueza de outros.
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* jornalista

ANISTIA

por Cyro Saadeh*
Anistia é espécie de, digamos, perdão. Seria algo para ser esquecido. Uma lei feita numa ditadura, para esquecer-se os crimes lá praticados, pode ser considerada legítima para determinar que apagássemos fatos da nossa memória?
Na Argentina, no Chile e no Peru, os agentes do Estado, militares ou civis, que praticaram excessos vêm sendo punidos, mas, e no Brasil? Tudo bem, houve excessos por um ou outro guerrilheiro, que prefiro chamar de resistente, e que, em tese, poderia implicar em responsabilização. Mas o problema é permitir que os agentes do Estado pratiquem excessos contra a sua própria população, por mera questão ideológica, travestida de "Segurança Nacional".
O grave do terror é criar pânico e fazer calar. Não canso de dizer que há um presidente em um país importante no hemisfério norte que, embora travestido de democrático, utilizou-se das armas da ditadura para manter-se no poder. Aliás, foi esse mesmo país que incentivou e apoiou o golpe militar de 1964 e instruiu métodos "revolucionários" de tortura aos algozes da liberdade no
Brasil, e agora quer recriar a frota naval para a América do Sul.
Algumas ações pessoais indenizatórias, promovidas pelas vítimas de torturas ou seus herdeiros, tramitam na Justiça Federal brasileira; há processos administrativos federal e estaduais de reparação de danos, com valores pré-fixados; e, muito recentemente, o Ministério Público Federal pediu a liberação de todos os documentos considerados secretos, inclusive e principalmente na época da ditadura militar, e ainda propôs Ação Civil Pública contra militares pela prática de tortura.
Parece que o Brasil anda no caminho certo, embora muitos jornalistas respeitados e talvez mal informados critiquem a indenização aos presos políticos. Pode ter havido um ou outro excesso, mas a grande maioria dos casos amparou-se no critério da razoabilidade e no princípio estatuído no artigo 1º, logo na abertura da nossa Constituição, do respeito à dignidade da pessoa humana. Nunca é demais lembrar que a tortura não tem reparação suficiente. O mais grave para o torturado e a sociedade é ver o algoz em liberdade. E isso o Estado brasileiro ainda não reparou. Ainda.
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* jornalista

Nota internacional

por Cyro Saadeh


O presidente Lula está na América Central. Depois de viajar ao Haiti, encontra-se em El Salvador para tentar aumentar as trocas comerciais com os países centro-americanos.
O que motivou fundamentalmente a viagem foi o interesse especial na negociação dos biocombustíveis. El Salvador já manifestou interesse em adquirir a tecnologia brasileira para os biocombustíveis, o que caracteriza uma vitória do governo Lula sobre o concorrente Estados Unidos.

JUSTIÇA OBRIGA O EXÉRCITO A REINCORPORAR UM TRANSEXUAL

Brasil
por Cyro Saadeh
Não foi manchete na mídia nacional, mas o respeitado diário espanhol El Pais, em sua edição digital desse 29 de maio, comunica que a sargento Fabiane Portela, de 26 anos, poderá voltar ao Exército brasileiro mesmo depois de sua mudança de sexo, por força de uma decisão da juíza federal Renata Cid, em Juiz de Fora, Minas Gerais. No entanto, foi determinada uma pré-avaliação, para avaliar eventual incompatibilidade com o serviço militar.
A mídia nacional divulgou apenas a intenção de Fabiane ingressar com ação judicial, mas não o recente êxito da mesma.
Segundo informações do diário carioca Extra, o Exército decidiu afastá-la com base no Código Internacional de Doenças, que considera o transexualismo como um trastorno mental.
Este não foi o primeiro caso. Há duas semanas, um capitão de corveta da Marinha, com 21 anos de carreira e 36 de idade, encontra-se afastado por motivos de saúde desde que assumiu a sua transexualidade ao anunciar o seu desejo de fazer a cirurgia de mudança de sexo.

PETROBRÁS - SEMPRE UMA SURPRESA


Por Cyro Saadeh*

A Petrobrás foi criada pouco antes de Getúlio praticar o tão famoso suicídio no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, em agosto de 1954. A criação dela foi uma obra de muitos brasileiros que deram o próprio sangue, como o Vargas e o Monteiro Lobato, através da campanha "o petróleo é nosso".

O Brasil seguia àquela época os passos de outros países que queriam uma empresa própria. Mossadegh, do Irã, foi o maior exemplo. Ele era um nacionalista laico que foi tirado do governo por ações dos serviços secretos britânico e estadunidense, para dar lugar ao Xá, um monarca corrupto e totalitário que seria derrubado pela Revolução Islâmica de 1979.
Hoje, não só o Irã vive uma crise, mas todos os países que são grandes produtores de petróleo, geralmente localizados no Oriente Médio. Será que hoje, com tanta informação, alguém tem alguma dúvida do motivo de tantas intervenções beligerantes naquela região?

É, bastou a Petrobrás anunciar a descoberta de grandes campos petrolíferos no mar para os Estados Unidos anunciarem que criarão uma frota naval para a América do Sul. Coincidência? E o nosso submarino nuclear, sai ou não sai?
Mas, voltemos à questão interna da nossa Petrobrás. Hoje, essa empresa que não é estatal, mas de economia mista, é a maior empresa brasileira e a terceira das Américas. Ela tem dinheiro público e também de muitos brasileiros e até estrangeiros.
Há pouco tempo, tentaram privatizá-la, mas não conseguiram. É a empresa que mais investe em cultura no Brasil. Basta ir ao cinema para ter a prova disso. Mas não investe apenas na sétima arte. O teatro, a dança, artevisuais, literatura e a música são beneficiados com investimentos maciços da nossa multinacional, além do esporte, evidentemente. Ela também investe em projetos de preservação ambiental, da flora e da fauna. O projeto TAMAR, de proteção à desova das tartarugas marinhas, que está presente em inúmeros cantos do País, é o maior exemplo.

A Petrobrás é, sem dúvida alguma, comprovadamente a maior multinacional brasileira. Está presente em muitos países da América do Sul e possui um número elevadíssimo de postos na Argentina. É uma empresa que está fazendo parcerias com diversas petrolíferas latino-americanas, e está ganhando espaço e notoriedade cada vez maiores, além de aumentar o lucro. Ela também está presente em países da África e do Oriente Médio. Os seus interesses vão muito além dos mares brasileiros.

Ela fomentou os biocombustíveis, primeiramante com o álcool e tornou-se referência mundial.

Recentemente, a bolsa de valores brasileira vem crescendo devido basicamente à Petrobrás. E é ela, também, quem está fomentando o crescimento econômico generalizado no país.

Se tiver curiosidade de saber um pouco mais sobre ela, acesse a página http://www.petrobras.com.br/

O mais legal, na minha opinião, é que ela propicia aos internautas bons curta-metragens gratuitamente na internet. Se nunca acessou, vá à página http://www.portacurtas.com.br/ e curta filmes com alguns dos melhores diretores brasileiros.

E se você tinha alguma dúvida do tamanho da nossa Petrobrás, saiba que ela tem uma verdadeira "agência de notícias". Vá à página http://www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br/ e confira.
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* jornalista, para o JORNAL DA POMPÉIA

VIDA

Clique aqui e assista ao vídeo-texto VIDA

Nele, uma discussão sobre a vida não vivida. Enquanto o ser humano busca sonhos e felicidades aparentes, esquece-se de sua capacidade de enxergar o caminho, as pessoas, as coisas e os fatos com a necessária leveza.

Produzi este vídeo-texto há 2 anos, mas sinto que foi um dos mais belos que já fiz até hoje.

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por Cyro Saadeh, vídeo-escritor

FAMIGLIA POMPÉIA



Vou me dar o direito de escrever sobre algo que descobri depois de estruturar este Jornal. Pode ser o óbvio para muitos, mas não era para mim até recentemente. Sim, trabalhar com pessoas, ainda mais em um jornal, é a melhor coisa que existe. São a paixão e a vontade comuns que unem os aparentemente diferentes e que dão o gostoso sabor e o refrescante ânimo à atividade jornalística.


O JP começou com três colaboradores e, hoje, tem 12 colunistas/colaboradores. São pessoas tão diferentes que chega a ser engraçado pensar que todas participam da construção deste Jornal. É uma verdadeira equipe, tendo cada um dos membros suas qualidades e habilidades próprias. Enquanto alguns têm energia de sobra, outros são inseguros. Ah, mas todos, sem exceção, têm uma vontade enorme de passar a melhor informação possível e é isso o que me faz acreditar que esse jornal ainda irá conseguir alcançar os seus objetivos iniciais, não por mérito exclusivo de um ou de outro, mas pela força coletiva que nos une no propósito de levar informação e não deformação, ao contrário de alguns periódicos que circulam em grande quantidade pelas grandes cidades.


Se é trabalhoso tocar o jornal, de fato é, mas é principalmente divertido e gratificante. E imagino que todos os que aqui suam as mangas, o cérebro, as mãos e os dedos também achem.

VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA DOMÍNIO PÚBLICO?

(14 Bis - imagem de domínio público - autor desconhecido)
por Cyro Saadeh*

Você sabia que é possível ter acesso ao uso de bens culturais sem ter que pagar por isso? É o que se chama de domínio público. E várias são as suas hipóteses. Pode ocorrer quando o autor disponibiliza o uso de suas obras gratuitamente (“software” livre é um bom exemplo); quando o criador ou inventor morre e não deixa herdeiros; ou quando se trata de autor desconhecido.

Mas o que são “bens culturais”? São os que dizem respeito à expressão intelectual ou cultural, como os livros, as monografias, os roteiros, meros textos, letras de música, obras audiovisuais, músicas, fotografias, desenhos, histórias em quadrinhos e por aí vai. Mas não é por que caiu em domínio público que você poderá dizer que as peças de Shakespeare são suas. Há aí os chamados direitos morais, que implicam na obrigação de quem cita ou utiliza textos, fotos ou filmes, por exemplo, mencionar a sua autoria. Assim, se tratar-se de um texto, deve-se dizer quem o escreveu e o nome da obra original.

De regra, os direitos autorais duram por setenta anos contados a partir do ano seguinte ao do falecimento do autor. Entendeu? Se eu morrer este ano, a partir do ano que vem conta-se o prazo de 70 anos para o texto se tornar de domínio público. Mas isto no Brasil. Em outros países vigem outras regras.

Eu imagino que você pode estar a se perguntar se o direito não nasce apenas após o registro em órgão público. Não. Não há necessidade disso. Isso seria uma maneira de provar mais facilmente a autoria, mas pode-se comprová-la de outras formas.

Embora na internet você possa compartilhar muitas músicas e vídeos, de forma legal ou ilegal saiba que nem tudo o que está acessível lá é de domínio público. Você pode até ler, assistir e ouvir, de graça, mas há direitos autorais e intelectuais aí.

E foi no meio virtual que o governo federal resolveu disponibilizar o uso de vários bens culturais. Na página http://www.dominiopublico.gov.br/ é possível baixar diversas músicas, fotografias, filmes e até hinos.

No próprio site do governo, o atual Ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que o portal “constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal”.

É isso aí, saiba que vale a pena fazer uma visitinha na página domínio público e conhecer um pouco mais da cultura nacional e mundial.

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* jornalista e colaborador do JORNAL DA POMPÉIA

A IMAGEM DA SEMANA



Esta foto está disponibilizada na página da Revista Caros Amigos deste mês e retrata o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, candidato a prêmio Nobel na sua área.
Esse brasileiro de classe média, filho de magistrado e de escritora, teve uma formação humanista e hoje investe no estudo científico no nordeste brasileiro. Mas o que mais chama a atenção é o olhar para o futuro que expressa na foto. E o texto realça a sua crença na possibilidade de "a ciência ser um agente de transformação social".

SAUDADES DO GONZAGÃO


por Auriane Brito*





Já começaram as festividades de São João e com elas as lembranças da época das quadrilhas de criança. Só em pensar posso sentir o cheiro das comidas feitas de milho, do sarapatel, quentão e caldo de feijão. Na caixa de som tocava Alcymar Monteiro, Flávio José, Targino Gondim e Luiz Gonzaga. Afinal, quem nunca ouviu falar em Luiz Gonzaga? Ícone da música nordestina.


Toda a banda de forró que se presa apresenta nos shows alguns sucessos do Rei do Baião, como popularmente foi chamado. Com músicas que retratavam sua vida, o respeito, a fé de seu povo, sua luta e até mesmo a fauna e a flora da região Nordeste. Gonzagão chegou a uma carreira brilhante sem nenhum relato de drogas ou bebidas alcoólicas.


Ao falar desse mestre da sanfona, o leitor lembra de imediato da música Asa Branca que tantas pessoas classificam erroneamente de hino nordestino.


Ano passado tive o prazer de conhecer o museu de Luiz Gonzaga em Exu-PE. Até sandálias utilizadas por ele podem ser encontradas por lá.


Enquanto caminhava pela casa do Rei do Baião ficava imaginando, o que Luiz Gonzaga diria se ainda estivesse vivo. As músicas tão dançantes da sua época agora não passam de saudades. Ultimamente, muitas bandas de forró propagam letras que incentivam a destruição do valor familiar, o uso de bebidas alcoólicas e tratam da mulher como um objeto sexual.


De fato estamos em outro século, mas sinto falta de músicas que deixam aquela vontade de dançar apertado com alguém ou de utilizar as letras como apresentações educacionais.


Cadê as músicas que tratavam do nordestino? Da cultura do seu povo, dos seus apelos, suas revoltas...? Cadê o romantismo?


O leitor também deve está lembrando das músicas de axé baiano que antes falavam da história da Bahia, dos exploradores e da esperança. Hoje o divertido virou vulgar e o axé virou sinônimo de letras sem nexo com dançarinas nuas em cima do palco.


Toda aquela vontade de mudança e a verdadeira poesia nas músicas agora pertencem ao passado.


Em algumas freqüências de rádios locais, às 18h em ponto, ainda pode ser ouvida a Ave Maria Sertaneja, cantada por Luiz Gonzaga, que na verdade é uma prece. Acreditem, há pessoas que ligam o rádio somente nesta hora para rezar junto com o Rei do Baião.


Ah, Gonzagão, que saudade da sua força e esperança! A juventude atual anda tão influenciada pela mídia que não consegue criticar e banir tantas músicas vulgares do seu cotidiano.


Que nas festas juninas possamos ter o prazer de assistir bandas nas quais resgatem as músicas de Luiz Gonzaga ou nos apresentem letras sobre o Nordeste e nos devolvam a alegria que precisamos para festejarmos em paz a época mais esperada durante o ano pelos nordestinos.
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* professora de Geografia e colaboradora do JP

REVOLUÇÃO ENERGÉTICA

Revolução energética? Será que o capitalismo ainda não aprendeu que não adianta mudar as matrizes, mas a forma de consumo? Será que não é visível que o planeta está se deteriorando? Será que não percebemos a fome, a miséria, as guerras, as doenças, as hipocrisias, as mortandades de bichos, as devastações, as catástrofes e a mudança do clima? O que falta para aqueles que lucram bilhões se renderem à humildade do reconhecimento de que o sistema está errado? Enquanto isso, permaneceremos silentes, amordaçados, vendo o fim de tudo o que foi criado?

SESC POMPÉIA


por Cyro Saadeh, jornalista
Se há um lugar realmente bacana e que chama a atenção na Vila Pompéia, ele se chama SESC Pompéia.
Lá é possível aprimorar conhecimentos técnicos; curtir cultura e artes; praticar atividades físicas; aprender estilos diferenciados de danças; e, de quebra, tomar um bom chopp acompanhado de um bom lanche.
O único problema é conseguir parar o carro em um local tão repleto de veículos e de "flanelinhas" pelas ruas. E atenção com o veículo, pois o índice de furtos na região é bem alto.
Uma dica. Depois de curtir o SESC Pompéia, dê uma passada ou na sala de cinema ou no teatro localizados no micro-shopping ao lado. São salas simples, mas que reservam um pouco da cultura esquecida nos grandiosos salões de lazer.




CRÔNICAS - NÃO FALO A LÍNGUA DO IMPERIALISMO VIGENTE. NÃO FALO E AINDA PERTURBO

por Cyro Saadeh

Tudo aconteceu numa viagem que fiz para a Argentina com um amigo. Tentando economizar, optávamos sempre por “hostels” que, para quem não sabe, equivalem aos albergues, com quartos e banheiros coletivos. Lá dormem homens e mulheres, todos misturados (não necessariamente na mesma cama, veja bem. Aliás, esses tipos de hospedagens têm regras implícitas muito sérias, como a de não ficar nu e nem transar no quarto).


Ao chegarmos em Ushuaia começou a surpresa. O lugar era lindo, mas muito gelado. Foi só descer do ônibus com as malas pesadas para percebermos que não daria certo procurar um lugar para ficar, carregados de malas, e, ao mesmo tempo, protegermo-nos do vento gélido. Optamos por dividir atribuições. Enquanto eu procurava passeios e hotéis, o meu amigo ficava com as “pequeninas e discretas” mochilas, parado em um lugar. Bem, o ruim é que o figura permaneceu estático. Quando retornei, ele parecia uma estátua de tão duro. Mas vamos à minha procura, que faz parte da história.


Lá fui eu procurar os lugares. O início não podia ter sido melhor.


Antes de sair em busca de um canto, optei por procurar passeios para o dia seguinte, já que havia uma loja bem ao nosso lado. Para a minha felicidade, quem me atendeu foi uma loira baixa, de olhos verdes, que, com uma voz rouca, ficava mais que perfeita. É, mas apenas ficar olhando e admirando não iria levar a nada, quando então, “minutos após”, resolvi perguntar sobre os passeios e ela disse naquele castelhano fantástico que só fazia passeios para a “pinguineira”. Para quem não sabe, esse é o local onde ficam os pingüins.


Eu não agüentava mais ver pingüins, aqueles seres nanicos e barrigudos andando torto de um lado para o outro. Não havia passeio mais chato para mim. Aí resolvi mudar a pergunta, para descobrir se ela conhecia um lugar barato para ficar. Sim, ela conhecia: “você pode ficar em casa”. Sim, ela falou exatamente isso. Eu também não acreditei e já olhei para ela e em seguida olhei para cima (querendo agradecer por aquela recepção para lá de maravilhosa e inesperada). Mas o meu ar de bobo foi interrompido com um telefonema que ela fez para o pai, perguntando se havia lugar. O carrasco, sim, não pensou no bem estar desse brasileiro que estava sentindo falta do calor humano, respondeu que não tinha lugar. Ela olhou para mim, com os olhos baixos e disse: “desculpe, mas não tem mais vaga lá em casa”. Ah, se você a conhecesse, também aceitaria dormir até no chão do banheiro, mas como falaria isso?


O jeito foi andar de um lugar para o outro, em busca de um alojamento. Mas estava difícil encontrar. Subi inúmeros quarteirões e desci outros tantos e todos os “hostels” estavam cheios. Depois me falaram que “verão” em Ushuaia é assim, mesmo! Bem, o lugar pode ser cheio, mas não sei aonde tinha verão por lá…


Nas andanças, vi um hostel bem legal e transado, mas só tinha vaga para o dia seguinte. O duro é que havia simpatizado com o lugar. Lá dentro era bem quente, tinha internet, espaço comunitário bem grande, onde podíamos jogar uma conversa fora, lavanderia e coisas do tipo.


Bem, o duro foi sair de lá sabendo que não ficaria naquele canto quentinho e ainda teria que enfrentar a rua gelada!


Resultado, tive que andar rápido, o máximo que pude, até encontrar o “recanto” dos mochileiros. Sim, pelo nome já deu para ver como era o lugar. Mas bota ruim nisso. Mas era o único que tinha vaga. Tinha? Num primeiro instante o dono falou que tinha e cinco minutos depois falou que não tinha mais. Acho que a minha cara de desolação serviu para ele ter a idéia de me colocar em um quarto e o meu amigoem outro. Até aí tudo bem. Não iria sentir saudades dele, mesmo. Aliás, viajar com amigo tem esse lado negativo. Tem horas que a gente olha do lado e fica pensando porque foi escolher viajar com um cara com tanta mulher por aí!
Mas, voltando à história, após avisá-lo e irmos até lá, eu e ele optamos por tirar par ou ímpar para ver quem ia ficar aonde. Sortudo que sou, cai em um quarto com um argentino e dois casais de alemães. Bem, isso não foi o pior.


Já o meu amigo ficou sozinho com três chinesas. Tudo bem que não eram muito bonitas, mas você já se imaginou em um quarto com três mulheres? Bem, diz ele que nada rolou, mas a minha mente fértil já viu coisas. Três? O cara era realmente um sortudo.


Mas o “hostel” era péssimo. Ao tomar banho antes de dormir, vi que eu tinha literalmente que me encaixar no box para conseguir me lavar. Nunca vi um lugar assim. Realmente o proprietário quis economizar espaço e água, convidando tacitamente as pessoas para não terem muita higiene naquele gelo. Eu só relaxei porque imaginei que no dia seguinte eu podia ficar lá com as chinesas…


Voltando à realidade, entrei no quarto e havia um casal de alemães deitados. Eles me cumprimentaram e eu fui tentar dormir, sim, na parte de cima do beliche. Subi, deitei e pensei que ia conseguir dormir, quando senti um forte vento frio bem na minha orelha. Olhei para o lado e tinha uma janela entreaberta, pela qual o vento entrava diretamente à minha orelha.
Pôxa, como alguma alma poderia pensar em deixar entrar no quarto aquele vento congelante? É, mas pensaram e até colocaram uma toalha na mesma janela, para secar e evitar que esse pobre brasileiro a fechasse. O jeito foi tentar dormir, coisa que não consegui e, ainda, como prêmio, peguei uma forte gripe. Enquanto isso, o meu amigo estava interagindo com as três chinesas, imaginava. Mundo injusto. Ele com uma globalização humana e eu sofrendo os efeitos da globalização de choque, de força.


No dia seguinte, o convenci a mudar de “hostel”. Ele aceitou. Disse que as chinesas eram insuportavelmente chatas e que ficaram cantando a noite inteira. É, pensei, não perdi tanta coisa. Acordar com música chinesa não deve lá ser muito agradável, pensei.


Já alojados no novo e “luxuoso” hostel, saímos apenas para pedir informações e jantar. Quando lá estava eu dormindo naquele canto quentinho, um sujeito me cutuca e fala coisas que não compreendi. Na dúvida, fiquei deitado e só fiquei assistindo o sujeito resmungar. Imaginei que eu tivesse roncado e o incomodado. Imaginei que seria isso. O duro foi ser acordado outra vez pelo sujeito. Sim, duas. Acho que sou calmo demais. Dessa última vez ele veio gritando em inglês algo que não entendi. Me senti o próprio país colonizado sendo humilhado pelo país imperial. Aquele britânico, que sequer agradecia em castelhano, iria se ver comigo. Daria uma de Che Guevara dos mochileiros, propiciando a libertação dos oprimidos roncadores.


Descobri que o Sr. arrogância era britânico numa conversa que teve com o recepcionista do “hostel” no dia seguinte. O sujeito não falava nada em espanhol ou castelhano. Era um imperialista, realmente. O mínimo que a boa educação pede é que ao menos o cumprimento e a despedida falemos na língua do país em que nos encontramos. Mas o imperialista, pensando que ainda estava no século XIX, era por demais pedante.


Contei a história para o meu amigo e ele ficou inconformado. Primeiro, disse que não ouviu o meu ronco uma única vez. Depois, disse que se estivesse no meu lugar já teria dado um soco no sujeito, pois que história é essa de acordar um desconhecido no meio da noite?


O meu amigo tinha razão. Eu também achei o sujeito folgado, além de visualizá-lo como um imperialista arrogante.


Como tínhamos que aproveitar o dia, eu e o meu amigo fomos passear, conhecemos lugares legais e, enquanto ele ficou na internet, eu fui dormir cedo, já que estava muito gripado.
Quando entrei no quarto, um senhor de uns 60 anos, americano, estava pelado, se vestindo. O cumprimentei e o estranho nem respondeu.


Bem, o que eu queria era dormir. Não iria falar para o sujeito não ficar nu porque uma mulher (namorada do imperialista) poderia chegar a qualquer instante. Nem saberia falar direito isso em inglês e ainda poderia passar por pedante. Optei pelo silêncio.


Bem, não deu cinco minutos que havia deitado quando fui acordado pelo Sr. arrogânciaem pessoa. Pulei da cama e, utilizando o meu bom portunhol, perguntei: “És loco? És loco?”. Assustado, o sujeito respondeu em inglês e continuei com o meu espanhol. “Llamar la policia. Ele respondeu, em inglês, que não havia entendido, e eu finalizei a relação diplomática dizendo “policia”. Ele olhou para mim e foi deitar, visivelmente com medo.


Inconformado, fiquei o resto da noite sem dormir e, passada uma meia hora, percebi que tanto o americano ao lado quanto o meu amigo também roncavam, e como! Não sei se sentiram-se mais à vontade para roncar ou o que foi, mas até eu fiquei incomodado. Bem, mas foi um senhor troco dos oprimidos ao petulante imperialista. Agora, o ronco estava definitivamente liberado. A cultura imperialista não mais abafaria o ronco dos marginalizados. A revolução, de certo, não pararia mais aí. Ouvir-se-ia o ronco em outros quartos, em outros “hostels” e, quem sabe, no mundo inteiro!


O ronco superou a arrogância. O hábito milenar havia sido preservado sem ter sido necessário tirar uma gota de sangue, sequer.


Fiquei feliz porque em nenhum instante falei a língua dos imperialistas e ainda os incomodei com a minha forte e sonora manifestação, que a partir daquele dia nunca mais seria abafada, a não ser por uma negociação bilateral com uma namorada.

VIAJANDO PELO MUNDO - PERU

por Cyro Saadeh, jornalista


O Peru é um dos países mais lindos das Américas. As culturas inca e anteriores mostram a magia, a inteligência e a cultura riquíssima dos povos que lá habitavam bem antes dos espanhóis. Pena que quase tudo foi destruído e muitos povos tenham sido dizimados. No entanto, eles fazem questão de preservar suas tradições, sua culinária saborosíssima e as construções inca e pré-incaicas, que são deslumbrantes. O povo é muito acolhedor e a alimentação lá, além de ser muito boa, é baratíssima. Com menos de 2 reais é possível fazer uma refeição completa com chá, incluindo entrada, prato principal, uma sobremesa simples e até um chá. Tudo isso pelo preço de um pão com manteiga na chapa. Pode? Além de ser um país barato, é um país acolhedor, em que o turista, em especial os brasileiros, são muito bem recebidos. Lá é possível conhecer muitas pessoas do Peru e estrangeiros que abundam quase todas as cidades que tenham alguma construção inca. A comunicação, por telefone e internet, é facilitada por uma ampla rede de apoio e com preços muito mais em conta que no Brasil. Está esperando o que para visitar esse país vizinho e tão magnífico? Dê uma olhadinha no vídeo no youtube.

VIAJANDO PELO MUNDO - FIM DO MUNDO - USHUAIA

por Cyro Saadeh, jornalista e escritor


Recentemente, eu tive a oportunidade de conhecer um dos pedaços mais lindos do planeta terra, Ushuaia. Bem, ao menos é o que dizem, e que é lindo, isso é.Ushuaia se situa no extremo sul do continente sul-americano, na Argentina, bem próximo da Antártida, o continente gelado.Se for para lá, opte por um vôo pela LADE ou pela Austral. Essa é uma empresa do grupo Aerolíneas Argentinas, com preços um pouco salgados. Já a LADE é uma empresa de fomento do governo argentino que utiliza aviões da “Fuerza Aerea” e, por isso, faz vôos a preços muito mais em conta. Só não repare nos aviões, mais antigos, mas tão bem manutenidos quantos os boeings ou fokkers da Austral. Vale a pena curtir essa aventura. Faz parte do roteiro de rumo à “Terra do fim do Mundo”.Em Ushuaia você encontrará hotéis e hostels (albergues com padrão internacional) bem legais para ficar e a um preço acessível. A alimentação não é tão barata, mas é de excelente qualidade. O povo é muito simpático e sempre tenta falar algo em português, nem que seja um “obrigado” com sotaque castelhano. Agora, o atrativo é a natureza. Lá você poderá ver castores, orcas, baleias e, com certeza, avistará leões e elefantes marinhos, pinguins e muitos cachorros de rua. Sim, cachorros de rua tem aos montes tanto nessa região da Argentina quanto no sul do Chile. É algo que toca os corações, pois o frio é intenso e a fome deles parece seguir esse mesmo tamanho.Não deixe de conhecer as pinguineiras, os glaciais e o Parque Argentino.Lá é um lugar imperdível e excelente para conhecer pessoas ou ir com a pessoa amada. As argentinas não são lá tão fáceis, mas se derem um sorriso é o bastante para saber que as barreiras já foram transpostas e que o resto fica por conta da sua capacidade ou vontade de encantá-las. Elas são românticas, não se esqueça disso.E não se esqueça de aprender algo em espanhol. O portunhol não é muito agradável para se falar com os estrangeiros que estão lá aos milhares…

IMAGENS DO ORIENTE

Começa na semana que vem a Mostra IMAGENS DO ORIENTE, no Centro Cultural Vergueiro. Dê uma olhada na programação e da abertura na página do ICARABE. Não perca!

OS NOSSOS IDOSOS E A LUTA PELA INCLUSÃO

O idoso, muitas vezes, é preterido no transporte coletivo, não por omissão do Estado, mas por desrespeito da própria população, que, por puro egoísmo, opta por ignorar a preferência daqueles que já não têm a mesma força que os mais jovens.
Não é apenas o Estado que não tem sensibilidade às necessidades dos idosos, mas a própria população, mais preocupada em curtir as futilidades revestidas de falsa beleza.
Enfrentar filas, ter que pedir para sentar-se, aguardar olhares de raiva e enfrentar obstáculos nas calçadas são apenas algumas das inúmeras situações constrangedoras que enfrentam os nossos tios, pais e avós. Eles têm direito ao exercício da cidadania, assim como qualquer um de nós. Por isso, há Conselhos Municipais dos Idosos em diversos municípios, Conselho Estadual do Idoso, Delegacias Especiais de Proteção, Órgão especializado do Ministério Público para atendimento e até setor específico da Secretaria da Saúde para dar um atendimento digno a esses brasileiros mais experientes. E, como qualquer um de nós, eles têm que fazer valer o seu direito a uma velhice sadia e, acima de tudo, digna.
Mas não é só de brigas por direitos e por cidadania que vivem os idosos. Há casas de dança específicas para eles; aulas de passos de danças de todos os tipos; aulas de ginástica especializada; academias próprias; e aulas para a terceira idade em universidades públicas e até em parques públicos. No cinema e no teatro eles têm o direito de pegar fila preferencial e pagar meia entrada. E tem que fazer valer esse direito de acesso à cultura. E ainda estão isentos de pagamento da condução no transporte coletivo público municipal.
Os nossos "velhinhos" são um bom exemplo de como muitas vezes apenas o direito não assegura o exercício da cidadania. É necessário buscar ajuda e botar a boca no trombone. E o JORNAL DA POMPÉIA está aqui para isso também. Denuncie qualquer abuso, omissão ou desrespeito com os meninos e meninas da terceira idade.
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Cyro Saadeh é jornalista e colunista do Jornal da Pompéia

PRESENÇA JAPONESA NA AMÉRICA LATINA


Não perca este simpósio internacional que ocorrerá pertinho do bairro, lá no Memorial da América Latina, nos idas 19 e 20 de maio.

O QUE VOCÊS VERÃO NA COLUNA OPINIÃO CULTURAL


por Luciana de A. Leite*


Como mestranda em história da Arte no Programa de Pós-Graduação Interunidades Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo, desenvolvi especial interesse na relação público/cultura.


É comum um olhar estranho do público diante da complexidade da cultura contemporânea. Para combater tal fenômeno, este canal possibilitará uma extroversão do saber e debates referentes aos eventos culturais de São Paulo, na medida em que apresento uma análise histórica-crítica de eventos selecionados.

Será um esforço visando a proporcionar ao leitor interessado em arte um primeiro contato agradável com a cultura, mediada pela história da arte, de modo a incitar visitas costumeiras aos inúmeros eventos culturais oferecidos pela vibrante São Paulo.

Partindo do pressuposto de que o caminho do desenvolvimento de uma sociedade passa necessariamente pela valorização de sua história, identidade e cultura, as análises que aqui serão discutidas permitirão criar mais liberdade e compreensão nas relações com a nossa cultura, até então tratada como se fosse um assunto reservado aos especialistas da área.

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* mestranda em História da Arte pela USP e colunista do JP

INTERNACIONAL "Uma oportunidade para o Líbano"

Muito se discute sobre a situação do Oriente Médio, mas as meras informações passageiras reúnem muito pouco de conteúdo.
Há um texto interessante de André Gattaz, historiador, jornalista, escritor e, com a devida licença, fotógrafo, bastante elucidativo sobre a questão do Líbano, chamado: "Uma oportunidade para o Líbano".
O texto foi publicado originalmente na página do autor http://www.gattaz.pro.br e, posteriormente, no ICARABE
DE QUEBRA, NÃO PERCA A OPORTUNIDADE DE VER ARTE EM FOTOS:

QUANDO SE PASSA DO PRAZO DE VALIDADE

por Cyro Saadeh, escritor e jornalista
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Deu para perceber que gosto de escrever sobre o que denomino de obviedades, aquilo que não enxergamos mas que no fundo é tão claro, não é?
Tenho uma verdadeira diarréia crítica quando se trata do cotidiano. Acho que serviria para ser psicoterapeuta, psiquiatra, um manifestante qualquer ou até um revolucionário. Não gosto do "status quo" emburrecedor, pois não faz sentido vivermos paralisados, creio. Penso que devemos analisar os nossos comportamentos, antes de observar o dos outros. Imagino que é possível mudar sempre, e para melhor, se tivermos essa consciência crítica.
É, acho que estou chato demais. Crítico demais. Realmente passei do prazo de validade... Vou tentar alterar a data, para ver se mudo, como, aliás, fazem muitos supermercados com alguns de seus produtos.

OLHARES

por Cyro Saadeh, escritor e jornalista
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Vou transcrever um texto que serviu para a realização de um vídeo que postei no YOUTUBE.

OLHARES

Olhares que servem para matar curiosidade
que nos propiciam meros prazeres
que ora nos enganam,
distraem.
Olhares desatentos que não observam
não analisam
não se importam
não vêem.
Olhares apaixonados
que se encantam
se impressionam
se encontram
se surpreendem
e se iludem.
Olhares emocionados
que notam
se indignam
se sensibilizam
choram
Olhares críticos
que analisam
observam
se decepcionam.
Olhares
que vagam
nos permitem sonhar.
Olhares do corpo
Olhares da alma
Olhares
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Agora, o vídeo-texto:

CINEMA DE QUALIDADE E DE GRAÇA


Se cinema de graça já é difícil, imagine se houver qualidade, então. Uma coisa rara. Então, aproveite a mostra "Imagens do Oriente" que ocorrerá no Centro Cultural São Paulo, do dia 27 de maio ao dia 1º de junho, reunindo 42 filmes de países como Palestina, Jordânia, Líbano, Síria, Paquistão e Irã.


Organizado pela Prefeitura do Município de São Paulo, pelo Centro Cultural São Paulo e pelo Icarabe - Instituto da Cultura Árabe, a Mostra "Imagens do Oriente" traz documentários, curtas, curtíssimas e longas de países árabes e não-árabes, onde é possível enxergar uma realidade que não nos é mostrada pela mídia.



Veja na pagina do Centro Cultural São Paulo a programação completa.
E para quem não sabe, o Centro Cultural fica na rua Vergueiro, 1000, ao lado da 23 de maio, no Paraíso, próximo da estação Vergueiro do metrô.

Boas sessões.

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Cyro Saadeh é jornalista e colunista do Jornal da Pompéia

Pedalaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


Por LELIANE MORAES*




Se você leitor faz o tipo atleta e ainda de quebra curte uma interação com os que compactuam do mesmo estilo de vida que o seu, saia um pouco da rotina da academia e tente uma atividade diferente:
A Bicicletada (Critical Mass) acontece toda última sexta-feira do mês a partir das 18 horas.
O ponto de encontro é a Praça do Ciclista, canteiro central da av. Paulista, altura do número 2440.
Maiores informações - http://www.bicicletada.org/

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* jornalista e colunista do JP

QUANDO O OPERÁRIO APRENDE ARTE

Você já ouviu falar em Mestres da Obra? Sim, tem relação com os canteiros de obra que vemos aos montes no nosso bairro, mas apenas isso. Não é um funcionário, um empreiteiro ou coisa parecida. É um programa de implantação de "atividades socioculturais em canteiros de obras", visando "a qualificação de seus operários". Difícil de compreender?
Pode-se simplificar e dizer que é arte para os operários que trabalham na construção civil, objetivando a melhora do relacionamento no ambiente de trabalho e também na produção.
Os inúmeros resíduos que são encontrados nos canteiros, tornam-se obras de peças de arte e design, uma forma de reciclagem para lá do usual, pois colabora com a preservação do meio-ambiente e também e principalmente com a valorização do ser humano.
Ao lado há um exemplo de como dejetos dos canteiros de obra tornam-se arte.

Segundo os organizadores, esse tipo de trabalho contribui "para o desenvolvimento humano dos operários da construção civil nas questões relacionadas a auto-estima e a qualidade de vida".

Apenas pouquíssimas construtoras aderiram a esse projeto social e é por isso vemos apenas entulhos e ouvimos barulhos nos canteiros de obras espalhados pela Vila Pompéia. Mas, mesmo assim, esse projeto ousado já recebeu alguns prêmios, como o do Planeta Casa, na categoria ação social, em 2007.

Quer saber mais do projeto? Entre em contato por e-mail contato@mestresdaobra.com.br, por telefone: 4436 2256, ou pessoalmente lá na rua Albuquerque Lins 30 cj 33 - Centro - Santo André/SP. A página do projeto? http://www.mestresdaobra.com.br/obra/index.htm

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Cyro Saadeh é jornalista e colunista do Jornal da Pompéia

É IMPOSSÍVEL AGRADAR A TODOS

A municipalidade resolveu criar há um tempo a zona azul na avenida Alfonso Bovero e em algumas transversais, já que o estacionamento naquela localidade era disputadíssimo. A idéia era a de que com a cobrança do zoneamento, os veículos permaneceriam estacionados por pouco tempo e haveria a possibilidade das vagas serem melhor aproveitadas. A idéia aparentemente funcionou e, hoje, é possível encontrar local para estacionar, mas na avenida, veja bem. O problema ficou com as ruas próximas e sem a cobrança do zoneamento, que agora estão lotadas, prejudicando a vida dos moradores que antes tinham a tranquilidade de pouca circulação de carros. Disso se tira um exemplo clássico: é impossível agradar a gregos e a troianos ou a todos, como você preferir.

DESENHOS, MUITAS VEZES,
INDEPENDEM DE PALAVRAS.
ESTE AO LADO É UM DELES.

LOUCURAS A PARTE

por LELIANE MORAES*

Teatro é cultura, comédia é arte

Para os insanos de plantão, aí vai uma dica maravilhosa: Grace Gianoukas - Diretora artística, atriz e roteirista da Terça Insana. Idealizou e instalou o projeto, um verdadeiro show de humor, que acontece todas as terças no Avenida Club, em Pinheiros. São deliciosas comédias em constante renovação de temas e interpretações. Com um elenco que também varia, porém sempre excelente!

Como sempre, pertinho de você, confira e gargalhe logo no início de sua semana, garantindo assim sua diversão! Quer coisa melhor?

Avenida Clube - Av. Pedroso de Moraes, 1036 - Pinheiros
(011) 31880145
http://www.tercainsana.com.br/
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*jornalista e colunista do JP

CONQUISTANDO O MUNDO


por LELIANE MORAES*



Um dos bairros mais charmosos do circuito paulistano acaba de ser reconhecido internacionalmente.

A Vila Madalena foi citada no caderno de turismo do NY Times como uma opção, além dos shoppings, para se encontrar butiques famosas e roupas de primeira qualidade.

A Vila respira excentricidade e é capaz de abrigar todos os estilos num só lugar. Deve ter sido isso que encantou os gringos ao ponto de relatar o que tem de legal nesse bairro. Mas, se para eles a novidade está no caderno de turismo, para nós, está tão evidente quanto na capa, afinal a Vila é logo aqui!!

Chegue mais para dar uma volta, visite lojas incríveis feito a do estilista renomado Ronaldo Fraga e de repente pare para apreciar um delicioso e brasileiríssimo café em uma das aconchegantes padarias ou estabelecimentos especializados na "especiaria".

Aqui tudo é glamour, até a simplicidade é brilhante.

Inside

Exposição promove interação de público em espaço multimídia

Nesse mundo tecnológico ao extremo, não basta apreciar as novidades, tem que participar, por essa razão, inaugura hoje a exposição Inside no Paço das Artes. Foi uma parceria do Paço com o grupo canadense Molior, trazendo a curiosa novidade que permite que o público interaja com as obras, num simples toque de dedos e a fisionomia dos personagens virtuais se modifica. No mínimo divertidíssimo, vale a pena conferir. A entrada é franca!

Serviço: Abertura: 5 de maio (segunda), às 19h (com visita mediada pelos artistas). Data: 6 de maio a 20 de julhoHorários de visitação: terça a sexta, das 11h30 às 19h; sábados, domingos e feriados, das 12h30 às 17h30. Agendamento para visitas monitoradas: (11) 3814-4832 (ramal 4) Entrada gratuita/Ar condicionadoEndereço: Avenida da Universidade, nº 1. Cidade Universitária. São PauloTel.: (11) 3814-4832
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* jornalista e colunista do Jornal da Pompéia

O DIA DAS MÃES ESTÁ SE APROXIMANDO

por Cyro Saadeh*
Tudo bem, eu sei que a criação do Dia das Mães atendeu a uma antiga reivindicação do setor comercial, mas não precisamos ser tão ortodoxos, assim. Podemos comemorar de um jeito diferente. Não precisamos comprar uma geladeira, um fogão, uma televisão. Podemos fazer algo que as agrade. Mas pense bem, e rápido, pois no próximo domingo já será o dia das mães.
Comprar presentes e levar a "velha" pra almoçar naqueles restaurantes já conhecidos não é o melhor jeito de se diferenciar, não. Imagine como é chato ter que enfrentar a mesma coisa todo santo ano. Tadinha, com certeza ela espera algo diferente, ao menos dessa vez. Tem algo em mente? Não? Olha, realmente é difícil se diferenciar, mas uma viagem com um simples bate-e-volta já será legal; um almoço fora de São Paulo também; uma sessão de cinema com um café gostoso ou um passeio numa livraria, onde ela possa escolher o livro que pretenda também é uma alternativa; uma visita a um museu... São tantas as programações possíveis em S. Paulo e não aproveitamos direito. Não é só você, não. Quase ninguém aproveita o diferencial que São Paulo nos oferece, essa é a verdade.
Mas não se esqueça do principal: comece o dia dando mais que um beijo no rosto. Dê um abraço bem gostoso, para que ela não se esqueça nunca desse amor que você nutre por ela. Só por isso você já terá garantido um dos melhores e mais gostosos Dias das Mães que ele já teve.
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* jornalista e colunista do JP

BIOMA CAATINGA E DEGRADAÇÃO



por Auriane Brito*





No dia 28 de abril foi comemorado o Dia Nacional da Caatinga com eventos que deveriam ser mais divulgados. Muitas pessoas nem sabiam das comemorações que julgo de suma importância para o conhecimento desse bioma que é exclusivamente brasileiro.

O leitor deve estar se perguntando: a Caatinga não é uma vegetação? Na verdade ela é bem mais que isso, é definida como um bioma (região onde se desenvolveu um determinado tipo de vida). Sua fauna e flora são bastante diversificadas, porém pouco conhecidas. Ocupa cerca de 10% do território brasileiro e é encontrada nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e no Norte de Minas Gerais.

A vegetação da Caatinga possui uma adaptação especial ao clima Semi-árido: algumas plantas possuem folhas finas ou inexistentes e outras armazenam água no seu interior como o cacto. Enquanto a fauna, estima-se que 876 espécies já foram catalogadas e muitas há anos se encontram na lista de ameaçadas de extinção.

Com toda riqueza natural, é constante a degradação que vem sofrendo o bioma Caatinga. Queima da vegetação nativa para a agricultura, retirada da vegetação para a pecuária, agropecuária extensiva, implantação de espécies exóticas, construção de estradas, dentre outros problemas que aumentam os índices de desertificação e salinização do solo.

A preservação desse bioma é apenas motivo de debates. No entanto, muito se fala e pouco se faz. Eu, por exemplo, disponho de materiais sobre projetos que deveriam ser aplicados no bioma Caatinga para a sua preservação com apoio do Ministério do Meio Ambiente, mas na prática quase nada acontece. É só observar as margens dos rios e a quantidade de plantas exóticas que servem para arborizar as cidades nordestinas como Fícus, Nim e Algaroba. Estas plantas já estão comuns no nosso dia-a-dia e muitos nordestinos não sabem que elas não são endêmicas da Caatinga. Até órgão do governo que estuda o Semi-árido trabalha com espécies exóticas e as implantam no nosso ecossistema.

O problema é que assim como a Floresta Amazônica, o governo deixa o caminho livre para estudos de algo que é exclusivamente brasileiro nas mãos de estrangeiros e não orientam os agricultores, fiscalizam e punem severamente quem degrada.

Desde quando o homem percebeu que a natureza não é empecilho para sua progressão, o meio ambiente passou a ser alterado pela ação antrópica; contudo, o homem deve ter a consciência que a natureza precisa de um tempo para se recuperar, pois, se houver apenas degradação, o que podemos esperar é somente uma história do que foi o bioma Caatinga.
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* é professora de geografia e colunista do Jornal da Pompéia

No dia 18 tem feira de artes na Vila Pompéia


por Cyro Saadeh*





Será a 21ª edição do evento que acontece todo ano e que desta vez irá dar ênfase aos 50 anos da Bossa Nova.


Com 500 expositores e 120 espaços para alimentação, os produtores esperam receber mais de 150 mil pessoas, número alcançado pela última edição do evento.



A feira não ocorre no bairro todo, mas em algumas ruas, cada uma um verdadeiro bolsão para shows diferenciados, como se percebe pelo quadro abaixo.






















Essa feira de artes é promovida pelo Centro Cultural Pompéia e mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3875-2996, pelo e-mail: atendimento@centroculturalpompeia.org.br ou pela página http://www.centroculturalpompeia.org.br/.

A organização do evento cometeu uma falha considerável ao não divulgar o horário de início. A feira é legal, a intenção dos organizadores é boa, mas ainda falta uma divulgação adequada à proposta.

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* jornalista e colaborador do Jornal da Pompéia

VERDADE SOBRE O BLOG


Vou confessar uma coisa importante. Esse blog foi criado em menos de 2 dias, mas com uma vontade imensa de que desse certo. E mesmo sem entender de html, fiz um layout legal e não apenas isso, consegui colocar informações importantes e de utilidade.

Mas de nada adianta ter um blog jornalístico se o blogueiro não souber o que está faltando. Talvez uma informação que não pensemos ser importante, possa ser útil, no fundo, a muita gente.

Pesquise aqui. Há dicas sobre hospitais públicos, farmácias, táxis... O que mais está faltando?

DICA CIDADÃ DO DIA

Que tal conhecer um pouco mais do Movimento Nossa São Paulo e, de quebra, se deparar com atitudes cidadãs por uma São Paulo mais digna para todos nós? É muito interessante o que esse grupo apartidário vem fazendo. É uma nova conquista da sociedade civil contra desmandos ou negligência do Poder Público.
Taí a dica cidadã de hoje. A página é www.nossasaopaulo.org.br

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Cyro Saadeh é jornalista e colunista do Jornal da Pompéia

Um Jornal em formação, mas sem esquecer compromissos éticos com a verdade e a cidadania

Um Jornal de Bairro, ainda que eletrônico, não precisa apresentar apenas espaço publicitário e matérias que rendam algum lucro aos entrevistados escolhidos. Um Jornal de Bairro sabe que o seu alcance é diminuto, limitado, mas não é por isso que pode deixar de lado compromissos éticos e também com a verdade e a cidadania.
Somos um jornal iniciante, feito não por brincadeira, mas com vontade de mudar algo, de acrescentar algo. Não temos todo o tempo do mundo e nem o dinheiro que gostaríamos para produzir algo com uma qualidade ainda melhor, mas tentamos fazer do melhor jeito possível, enfrentando todos os tipos de limitações, mas sem perder a criatividade e a fé no propósito de fazer algo bom. Conseguimos trazer endereços pertinentes a quase todas as questões do dia-a-dia, facilitando a vida de quem não tem tempo de procurar dados e endereços em mil lugares.
Conseguimos conectar com os principais jornais do mundo e do Brasil, através do sistema RSS disponível a todos.
É um jornal que tem tudo para se tornar indispensável por ser prático ao dia-a-dia e trazer informações de real conteúdo. Sim, sabemos que as matérias ainda não alcançaram o propósito, mas dê tempo. Espere um pouco e verá como abrangeremos a questão da cidadania e dos direitos humanos, nosso propósito maior.
É só esperar, pois o jornal foi montado em pouquíssimo tempo. Enquanto isso, vá conhecendo os espaços, os links e toda a facilidade pensada para o seu dia-a-dia.

EDITORIAL - A CONTROVERSA PASSEATA PELA MACONHA


por Cyro Saadeh*

As pequenas proibições muitas vezes passam despercebidas, mas são as mais contundentes à nossa liberdade, não só de locomoção, mas também e principalmente para a nossa manifestação do pensamento.

O ser humano se caracteriza por utilizar a linguagem como forma de comunicação, o que, inclusive, o levou a tornar-se "civilizado". E, hoje, milhares de anos após não a criação da linguagem, mas da escrita, um refinamento da comunicação, parece ser contraditório que não se possa questionar certos costumes ou algumas proibições. Tratamos algumas questões como verdadeiros dogmas, inquestionáveis e intocáveis. Um verdadeiro contra-senso ao nosso atual estágio "civilizatório".

Só para voltar um pouco no tempo, no início do século passado era permitido o uso de substâncias alucinógenas no país. Os povos do Peru e da Bolívia tinham e ainda cultivam o hábito de mascar folha de coca e de tomar o seu chá como formas de superar a fome, o frio e o mal estar causados pela altitude. A papoula serve de condimento na culinária asiática, mas também pode ser utilizada para produzir o ópio. São tantas as questões. Não podemos ser hipócritas quando abordamos um tema tão complexo como o dos entorpecentes.

Antes de mais nada, quero deixar claro que sou dos poucos que não utilizaram qualquer tipo de substância entorpecente. Fiz uso das lícitas, álcool e cigarro, por curto espaço de tempo. Realmente não me agradavam. Não sou melhor e nem pior que ninguém por conta disso. Simplesmente não curto as substâncias tóxicas permitidas e as proibidas. Simplesmente isso, e sou feliz assim.

Hoje, grande parte dos crimes de roubo e de homicídio é praticada por quem está sob os efeitos de alguma substância entorpecente. O tráfico ilícito, por sua vez, agremia crianças e adolescentes, corrompe servidores públicos e, sem dúvida alguma, põe em risco a ordem democrática, aniquilando o que é mais importante para nós, que é a cidadania. O tráfico inverte essa ordem e trata as pessoas de forma assistencialista e mafiosa e corrompe a figura do Estado. Mas traficantes não moram apenas em favelas. Moram em subúrbios, nos centros das cidades e em grandes mansões. Existe também a figura dos financiadores do tráfico, que ganham muito dinheiro emprestando capital aos traficantes. Ou seja, há vários tipos de traficantes em todas as esferas sociais.

O Estado, por sua vez, pode agir prioritária e quase que exclusivamente de forma combativa, onde se destacam países como os Estados Unidos e o Brasil, ou priorizando a saúde pública, sem esquecer a repressão, forma esta adotada pela maior parte das nações européias.

Há alguns autores que dizem que as ações externas dos serviços secretos do Estados Unidos são financiadas, em parte, pelo dinheiro obtido no combate ao tráfico, o que seria uma forma de fugir do controle severo do Congresso.

Há também quem diga que o tráfico de entorpecentes entrelaça-se com o tráfico de mulheres e o tráfico de armas.

Uma coisa parece ser bem clara. Enquanto houver quem use, haverá quem venda drogas. Enquanto o porte e o tráfico forem proibidos, os usuários se sujeitarão a comprar as drogas de forma menos acintosa de traficantes-repassadores ou, então, diretamente de quem compra em grande quantidade.

É incrível como os jovens se acostumaram a usar maconha. É quase impossível não sentir o seu cheiro nas praças e em ambientes estudantis, onde o uso parece ser muito comum.

Os filmes estadunidenses sempre retratam jovens e quarentões utilizando um cigarro de “cannabis sativa”, como se fosse algo comum. E é comum. A realidade está sob os nosso olhos. Só não enxerga quem se apegou a dogmas.

Assim, não podemos ser hipócritas. Ainda não conseguimos resolver o problema da droga e dos seus malefícios. Então, porque não ouvir todos aqueles que têm algo a dizer a respeito?

Como ponderou a juíza do Dipo que decidiu em primeira instância sobre a legalidade da manifestação pela maconha em S. Paulo, vige no ordenamento jurídico brasileiro o direito Constitucional da livre manifestação do pensamento. Se o manifesto for para discutir, e não para portar e utilizar, não haverá ilicitude alguma.

Os dogmas não servem para esclarecer, mas apenas para manter o “status quo”. A quem interessa essa realidade que vemos na televisão, nos cinemas e nas ruas? A nós parece que não. Aos traficantes que ganham muito dinheiro, aos agentes públicos corruptos, aos financiadores do tráfico e aos demagogos de plantão, parece que sim.

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* é jornalista e colunista do JP

POMPÉIA E O JOGO DOS PALMEIRENSES

por Cyro Saadeh*
Você mora na Pompéia? Já viu o número de torcedores Palmeirenses que há por aqui? Nunca vi uma porcada tão volumosa. Na rua só se via gente de verde... até eu. E olhe que escolhi a roupa por acaso. Onde já se viu corinthiano vestir-se de verde em dia do jogo do Palmeiras? Sim, eu sei que pratiquei quase um sacrilégio, mas foi puro azar. Depois que me toquei da gafe, pensei que poderia servir de uma espécie de mandinga, mas não deu certo, o time da turiassu jogou bonito e mereceu ganhar, tenho que reconhecer. E esse é o motivo de ter escrito Palmeirenses com P maiúsculo. Sim, sou corinthiano, mas sei reconhecer o mérito até do inimigo. E olha que não é qualquer um, não, é do antigo e eterno rival... "parabéns"! Por quê um "p" minúsculo, nesse caso dos parabéns? Porque também não vamos exagerar. Eu não deixei de ser corinthiano. E um dia poderei desejar Parabéns, com P maiúsculo, ao meu time. Corinthiano é assim, mesmo, um eterno fiel otimista.
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* é jornalista e colunista do JP
A partir desta segunda-feira, as postagens serão feitas dia-a-dia.

A DIFÍCIL TAREFA DE CAMINHAR PELAS RUAS DA POMPÉIA TEM SOLUÇÃO?


por Cyro Saadeh*




Os calçamentos na cidade de São Paulo são um problema para quem tem que transitar a pé. Se as pessoas que enxergam e andam normalmente já sofrem, imaginem as que têm problemas visuais e de locomoção!

A Vila Pompéia é conhecida pelos seus morros, os “sobes e desces” sem fim, com calçadas bastante irregulares. Só quem anda a pé é que sabe o cansaço e o mau humor que dá ver tanto desrespeito com a cidadania. Toda a atenção é pouca. Muitas vezes, nos aclives e declives, há distanciamento de meio metro de altura entre uma calçada e outra, o que se torna um perigo quase fatal para os transeuntes desatentos ou com necessidades especiais.


A responsabilidade pelo cuidado das calçadas e de acessibilidade aos cidadãos é do proprietário e, hoje, uma multa por irregularidades e má conservação pode chegar a mil reais, um valor consideravelmente alto, se comparado com outros tipos de autuações.

Após décadas sem cuidados, as calçadas de toda a avenida Paulista estão sendo refeitas num padrão adotado pela Prefeitura, que é quem está custeando as obras. Já na rua Oscar Freire, menos importante que o centro novo da Capital, houve uma divisão dos custos. A maior parte ficou sob a responsabilidade da prefeitura, R$ 4,5 milhões. Outros R$ 3 milhões foram arcados por uma operadora de cartão de crédito e o R$ 1 milhão restante ficou sob o encargo dos lojistas.

Ora, em um bairro tão repleto de morros, nada mais justo que um convênio ou um acordo dos proprietários dos terrenos das principais ruas com a prefeitura, para que as calçadas sejam refeitas e as despesas rateadas, adequando-se o passeio à acessibilidade necessária de pessoas idosas e as com deficiência visual e de locomoção.

Taí a proposta. Quando poderemos ver uma Pompéia mais humana e cidadã?


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* jornalista e colaborador do JP

DOCUMENTÁRIO SOBRE O BAIRRO


por Cyro Saadeh*




Muito em breve poderemos assistir a algum documentário sobre o bairro paulistano da Vila Pompéia e conhecer um pouco mais a fundo a sua história.


Em fevereiro encerraram-se as inscrições para a 2ª edição do Projeto História dos Bairros de São Paulo. Trata-se de uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo que selecionará propostas de "produção de documentários educativos de 26 minutos, inspirados na história e na geografia de um bairro da cidade de São Paulo", como diz o edital. Os documentários poderão receber ajuda de até cem mil reais, um bom dinheiro para compensar o tempo de pesquisa e o trabalho árduo da equipe responsável pela produção.

A Vila Pompéia foi um dos bairros escolhidos pela prefeitura para ser objeto de documentário.

Vamos torcer para que o documentário do nosso bairro seja um dos melhores. Também nos resta saber aonde poderemos assistir. Vamos aguardar.

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* jornalista e colaborador do Jornal da Pompéia

A FALTA DE BOA INFORMAÇÃO E O TOTALITARISMO


por Cyro Saadeh*



Vivemos numa sociedade ocidental incoerente, hipócrita e perigosa. E isso não ocorre só no Brasil. É um fenômeno crescente no mundo.


Nos Estados Unidos, a mídia tem recriminado uma atriz adolescente de 15 anos por ter posado com sensualidade para uma famosa revista de moda. O julgamento não é de legalidade, mas de moralidade. E, no entanto, essa mesma sociedade estadunidense e ocidental valoriza as jovens que aos 13, 14 ou 15 anos se tornam modelos de passarela, vestindo lingeries ou maiôs curtíssimos. Ou seja, além de um julgamento moral, há muita hipocrisia e, o que é pior, a utilização da opinião pública para excessos que podem beirar, sim, um apego ao totalitarismo.


Há uma década, um então presidente estadunidense corria o risco de sofrer processo de impeachment por ter mantido relações sexuais com uma estagiária da Casa Branca. O julgamento não era legal, mas moral e o sincero Clinton se livrou por muito pouco de um vexame por um julgamento que ia muito além da aprovação de seu mandato ou não.

Além disso, a mídia tem fomentado julgamentos fáceis e irresponsáveis, como o de apontar como “verdadeiros causadores” da morte da pequena Isabella o seu genitor e a namorada deste, sem provas; o de responsabilização de uma ministra pela produção de um dossiê sobre o uso de cartões corporativos no governo FHC, também sem provas; e o de apontar a aproximação do candidato Obama com um pastor radical, sem a mínima comprovação, e por aí vai.


Vivemos uma época de uma mídia pobre, com a falta de incentivo ao bom jornalismo, onde tem reinado tão somente o interesse de marketing de grandes grupos de comunicação e a reprodução da matéria produzida por uma ou outra agência noticiosa internacional.

Os meios de comunicação, hoje, reproduzem muitas notícias que beiram a fofocas irresponsáveis, não investiga o que é apontado por uma suposta fonte e é superficial na apreciação dos fatos, o que representa a miséria do jornalismo e do sonho de levar a informação e não deformação.

Esses julgamentos prévios e essa sede de vingança que a mídia cria nas pessoas é algo preocupante. É algo que se contrapõe a um estado democrático de direito. É uma pólvora que se instala nos corações das pessoas e que atenta contra os valores fundamentais da nossa pátria, como o dos Direitos Humanos, a solidariedade e a informação como algo sério e fundamental à sociedade.

O contínuo desrespeito a valores fundamentais e a radicalização de posicionamentos é algo extremamente perigoso à democracia, às minorias e aos Direitos Humanos. Sim, é algo que o Ministério da Justiça e o Poder Judiciário, e não apenas o Ministério das Comunicações, devem observar muito de perto. Não podemos viver mais épocas de totalitarismo e de falta de acesso à boa informação.

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* jornalista e colaborador do JP

DE ONDE VEM TANTO PRECONCEITO?





por Auriane Brito*


Saúdo a todos que fazem parte deste blog (colaboradores e leitores) e a iniciativa de ceder um espaço para mostrar ao Brasil um pouco dessa região tão esquecida pelo resto do país.

O preconceito com a região Nordeste é conseqüência de sucessivos erros. Muitas pessoas nem percebem que são preconceituosas e até alguns nordestinos são preconceituosos com a própria região onde moram. Mas de onde vem tanto preconceito?

Comumente as pessoas falam do Nordeste e lembram de pobreza, falam da Caatinga e lembram de seca. Alguns até tratam da região Nordeste apenas como o “Sertão Nordestino” esquecendo que essa região é dividido em 4 sub-regiões: Meio-norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata; cada uma com características próprias que você encontrará em qualquer livro didático.

O Nordeste foi muito explorado na época colonial desde a retirada do pau-brasil no Pernambuco até a derrubada indiscriminada da vegetação nativa para o cultivo da cana-de-açúcar na Zona da Mata. Depois veio o governo de Juscelino Kubitschek, que promulgou a famosa frase “50 anos em 5”, intensificando a industrialização na região Sudeste do Brasil fazendo com que a economia nordestina entrasse em decadência ocasionando boa parte da migração dos nordestinos para outras regiões do Brasil. E no próprio governo de JK criou-se a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) justamente para aumentar a economia nordestina.

Vale ressaltar que com a criação da SUDENE aumentou a atividade agrícola na região, sendo que o Nordeste possui o menor índice de água doce no Brasil (apenas 3%) e a segunda região mais populosa do país. A SUDENE que possuía ótimos projetos foi rapidamente extinta após denuncias de fraudes.
No Nordeste sempre ocorreram inúmeros desgastes ambientais, econômicos e sociais, até mesmo diversos tipos de falcatruas dos governantes que aliam-se a fazendeiros e latifundiários e juntos fazem jus ao termo “indústria da seca” se beneficiando e fazendo a população acreditar que a seca não é um fenômeno natural.
O resultado disso é o preconceito e referência a tudo relacionado à região Nordeste como algo ruim, sendo que os próprios nordestinos usam a expressão “caatinga” se referindo a mal cheiro. Eles mesmos já não conseguem enxergar a riqueza desta vegetação, fonte de vários estudos científicos.

O que o Nordeste realmente precisa é de pequenos incentivos, como este aqui no blog (espaço para novas idéias e práticas), que fazem a grande diferença. Mudar também a forma que os livros didáticos tratam da região Nordeste e a população ter cuidado ao votar escolhendo políticos comprometidos e que façam projetos nos quais beneficiem todas as gerações (atuais e futuras).
E se o leitor não quiser esperar por práticas vindas de Brasília, pode começar daí mesmo, de onde ele está, é só procurar ler mais sobre o Nordeste e se possível conhecê-lo de perto e constatar que a maioria dos nordestinos não passam sede e fome, mas compartilham um sorriso estampado nos rostos e passam momentos agradáveis rodeados de belezas naturais indescritíveis.

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* professora de geografia e colaboradora do Jornal da Pompéia